sábado, 28 de julho de 2012

CAIXA PRETA # 83



28 de julho de 2012

BEM-VINDO AO PAÍS DA COPA

Recentemente, estive em Brasília entrevistando o Dr. Marlos Melek, juiz auxiliar do Conselho Nacional de Justiça. Em breve a entrevista será publicada e os leitores de Caixa Preta serão informados disso. Mas quero pinçar da nossa conversa e aqui registrar um comentário do Meritíssimo:

"Embora nós estejamos dando prioridade para a construção de estádios de futebol neste país nesse momento, do que pra vaga de UTI, leitos hospitalares, delegacias de polícia e vagas em presídios... Vinte e quatro horas por dia aqui no Eixo Monumental as luzes estão acesas levantando estádio, não para, 24 por dia, nunca vi tamanha dedicação, tamanho esforço para construir estádio, queria ver esse esforço nesse país, 24 h por dia e com luz acesa e máquina trabalhando e tal pra construir hospital, delegacia, escola, presídio, mas a gente constrói estádios de futebol. Mas, enfim, torcendo para que a pessoa que está voando nesse avião consiga uma vaga numa UTI ou num leito hospitalar da rede pública, ela vai ter uma ambulância esperando para levar, transporte tem, o que a gente só via antes na Golden Cross, na Amil, na Unimed e olha lá, agora o Poder Público, de maneira pioneira, inédita, tem no Mato Grosso do Sul, em um programa piloto. É muito gratificante." (Dr. Marlos Melek, referindo-se ao Baron apreendido pela Polícia Federal com traficantes e que está sendo usado como UTI móvel a serviço do Sistema Único de Saúde)
Pois então, hoje o Brasil vive da Copa. Que importa o resto, se teremos aqui, pela segunda vez, a primeira neste século, a Copa do Mundo de Futebol?
A Copa, afinal, foi o motivo principal para olharmos, por exemplo, para nossos aeroportos. Ah, finalmente lembramos que nossos aeroportos estão meio acanhados, apesar do crescimento da aviação brasileira ser bem vigoroso já desde antes do País ser eleito para sediar o maior evento futebolístico do planeta. Ou seja, se não tivéssemos conquistado essa “dádiva” dos deuses do futebol, ninguém teria tido a idéia de fazer, por exemplo, o “puxadinho” (opssss!, puxadinho, não, mas MOP – Módulo Operacional Provisório de Guarulhos.
Recentemente, talvez pela 50a vez, saiu na imprensa que a maioria dos aeroportos das cidades-sede da Copa não ficarão prontos para o evento em 2014 (Veja a reportagem na íntegra logo após este editorial). Viveremos dias de caos, correremos riscos e uma imensa vergonha nacional, diante dessa gafe?
Claro que não, estimados leitores. Fiquem sossegados! Nosso País é expert em varrer a sujeira pra baixo do tapete... Pra que servem as Bases Aéreas, Brasil afora, se não para nos socorrer na falta de aeroportos? Assim como os MOP não serão provisórios, mas permanentes e, além disso, todos estaremos tão acostumados a eles que nem lembraremos que são “puxadinhos”. Todo e qualquer problema infraestrutural será tratado como “caso isolado” e respostas na ponta da língua calarão todos aqueles que ousarem desacreditar do poder e da a capacidade do “Jeitinho Brasileiro”.
No evento recém-realizado Rio + 20 muitos passageiros de voos comerciais sofreram com o cancelamento de seus voos. Muitos passageiros de voos executivos (quem não fosse das delegações VVIP vindo para o evento, é claro) tiveram que amargar o fechamento do espaço aéreo durante horas ou alternar para aeródromos distantes, e tudo isso foi como uma pontinha de iceberg quanto ao que vem por aí. Mas, assim como a imprensa preferiu documentar a reunião internacional quase inócua ocorrida naqueles dias no Rio de Janeiro, e o cidadão comum que se virasse para ir e vir (contrariando o artigo 5o, XV da Constituição da República Federativa do Brasi – “é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz...”), sem ter sequer o direito de ter seus 15 minutos de fama no horário nobre, mesmo que para reclamar das mudanças no tráfego aéreo. Também em 2014, em pleno inverno, mesmo que os aeroportos fiquem fechados por nevoeiro, os gritos das torcidas nos estádios e do povão diante das tevês abafará qualquer problema nos aeroportos ocorrido nesses dias. Mesmo porque teremos vários dias de feriado durante a Copa (pra que se preocupar, então?). Filas imensas no check in, voos cancelados sem a devida assistência das companhias aéreas, infiltrações de água como as que eu já presenciei no Galeão (e duvido que não existam mais em 2014), falta de segurança (em todos os sentidos) e por aí vai, tudo isso será tratado como “problema pontual” e empurrado com a barriga para ser “resolvido” depois da Copa. E após a mesma, se o Brasil for campeão (ESPERO QUE NÃO!) o hexacampeonato vai abafar os problemas do dia a dia de nossa pobre infraestrutura (e mesmo que não for campeão, aí serão as lagrimas dos “viciados por futebol” que se estenderão por dias a fio na imprensa.
Uma coisa é certa, prezados leitores. O que não se fez em 27 anos do Aeroporto de Guarulhos, que já nasceu errado e em lugar errado, NÃO se fará nestes dois anos restantes, quando é muito mais complexo se consertar o que estava errado devido ao próprio crescimento da população flutuante de “GRU”. Tomando apenas o maior aeroporto do Brasil como exemplo.

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Ipea diz que aeroportos não ficarão prontos até a Copa e pede "plano B"

Instituto diz que, dos 20 maiores aeroportos do país, 14 operam acima da capacidade

Fonte: iG Brasília | 06/07/2012
Depois da Fifa (Federação Internacional de Futebol e Associados) defender o uso de aeroportos militares durante a Copa do Mundo de 2014, foi a vez de um órgão brasileiro mostrar pessimismo quanto à estrutura do país para o Mundial. Estudos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram que 11 dos 14 aeroportos localizados em cidades que serão sedes da Copa não deverão ter concluído suas reformas e ampliações até o início do evento.
"No atual estágio dos terminais de passageiros e considerando os prazos médios de obras de infraestrutura no Brasil, existe uma reduzida possibilidade de no início do Copa tudo estar pronto", alertou Carlos Campos, técnico do Ipea, defendendo que é preciso trabalhar com um plano “B”, como a construção de terminais temporários, que não podem, no entanto, virar permanentes.
Segundo o técnico do Ipea, dos 20 maiores aeroportos do Brasil, 14 operam acima de 100% da capacidade. Dentre eles, cinco – Galeão (Rio de Janeiro), Confins (Belo Horizonte) e os de Recife, Curitiba e Fortaleza – atuam no limite de sua eficiência operacional.
A solução, na avaliação do coordenador do Ipea, é investir no setor. Dados do instituto apontam que, nos últimos anos, a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) investiu menos de 50% dos recursos orçamentários disponíveis. Mas mesmo que todo o orçamento fosse investido, ainda assim teriam sido insuficientes para adequar o setor à sua crescente demanda.
Carlos Campos alertou também para a demora nos processos de transferência da infraestrutura dos aeroportos para a iniciativa privada. Dos 13 aeroportos das 12 cidades sedes dos jogos da Copa do Mundo, apenas dois têm situação confortável – o de Recife, onde será apenas construída uma torre de controle, e o de Natal, que já foi privatizado. Dos 11 restantes, apenas três tiveram o processo de concessão concluído (Brasília, Guarulhos e Viracopos) e quatro ainda estão com concessão em fase de projeto.
*com Agência Senado
 (FONTE:
http://esporte.ig.com.br/futebol/2012-07-06/ipea-diz-que-aeroportos-nao-ficarao-prontos-ate-a-copa-e-pede-plano-b.html)

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ESPECIAL:
MEMORIAL 17 DE JULHO

Inaugurado no último dia 17 de Julho, cinco anos após a maior tragédia aeronáutica brasileira em território nacional, o Memorial erguido no antigo terreno da TAM Express e de um posto de gasolina tornou-se local de visitas respeitosas, orações, e também de crianças brincando. Felizmente ainda observado de perto pela Guarda Civil Metropolitana, bem iluminado e conservado (espero que isso perdure), ao mesmo tempo que o Memorial deseja que jamais seja esquecido o acidente, na busca de justiça e prevenção a outras tragédias semelhantes, ele também convida cidadãos a ocuparem o espaço de maneira pacífica, respeitosa e relaxante.
As fotos a seguir, todas de minha autoria, mostram aspectos do memorial em um final de tarde muito mais ensolarado e iluminado que do dia 17 de julho de 2007 e mesmo o 17 de julho de 2012, quando sua inauguração ocorreu debaixo de uma chuva semelhante a do dia da tragédia.


 Memorial 17 de Julho



Impossível não se recordar de cinco anos antes.



 Auto-explicativo



Detalhe do muro que circunda a praça



Espaço lúdico



Detalhe da iluminação



As luzes no chão, ao centro, representam, como uma constelação,
 cada uma das 199 vítimas fatais.



 Mais detalhes



A árvore da Vida

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“NOSSAS PRINCIPAIS SEÇÕES”


DIRETAMENTE DOS NOSSOS “ARCHIVOS”

Anúncio da Douglas de outubro de 1953 



 
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NOSSA NADA MODESTA COLEÇÃO DE PÉROLAS VOADORAS

(Erros da imprensa que capturamos por aí. Vamos contar os pecados, mas vamos manter sigilo dos pecadores...)



A Pérola da imprensa especializada em fevereiro de 2009 (revista 2)

 

“A aeronave tinha sido despachada (...) com o sistema de reverso do motor direito inoperante e, no momento do pouso em Congonhas, não conseguiu desacelerar, saindo da pista principal (18/36) e chocando-se com um edifício do outro lado da avenida Washington Luís.”

As pistas em Congonhas ainda são 17/35...



A Pérola da imprensa especializada em dezembro de 2006 (revista 13)


 “O contrato prevê ainda a produção em futuro a ser definido de aviões treinadores de maior porte da linha Aeromot, como os AMT-600 Xingú, que voam na formação de pilotos civis nos aeroclubes brasileiros.”

O modelo AMT-600 da Aeromot é o Guri”.



A Pérola da imprensa especializada em agosto de 2008 (revista 33)

 

“O wingtip fence, na extremidade da asa, é a última palavra no combate à turbulência e na melhora de desempenho.”

Bem, poderia ser “a última palavra” se não tivessem vindo depois dele, que se popularizou com os Airbus A310 (década de 1980) e com os aviões da família A319, na década de 1990, vários modelos de winglets, raked wingtips e até spiroid winglet.


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VALE A PENA LER DE NOVO

De CAIXA PRETA # 52 / 2006

E AQUI, NOSSA SELEÇÃO DAS MELHORES PÉROLAS VOADORAS DAS EDIÇÕES ANTERIORES DE CAIXA PRETA


(Caixa Preta 2-2000, imprensa especializada): o que acontece quando não se dá uma última revisada no texto antes da revista ir para a gráfica – ou quando quem revisa não conhece o assunto?
Envergadura: parte do avião onde estão fixadas as asas e empenagem. Aloja tripulantes, passageiros e carga.”


(Caixa Preta 4-2000, imprensa não-especializada): VOCÊ SABIA????

... que “CB”, Cúmulus-Nimbus, ganhou um novo significado? Não sabia? Pois então, veja este trecho de uma reportagem de um jornal de São Paulo de novembro de 1995: a entrevistada, experiente piloto comercial, soletrou ao repórter, usando o alfabeto fonético internacional, que “CB” como “Charlie Bravo”, só que o profissional da mídia não-especializada interpretou a declaração de outra maneira: “Há muitas formações chamadas Charlie Brown – o apelido que damos às grandes nuvens pretas conhecidas  como cumulus-nimbus.”


(Caixa Preta 5-2000, imprensa não-especializada): VOCÊ SABIA????

... que já existiu um Boeing 727-200 com motores NAS ASAS?

Comprove:
“O comandante (...) que pilotava o Boeing 727-200 da empresa Fly do Rio de Janeiro decidiu abortar a decolagem porque o avião não havia atingido a velocidade necessária, A pista curta e molhada (...) fez o piloto perder o controle do aparelho. O avião derrapou e se chocou contra um muro. A TURBINA DA ASA DIREITA explodiu, provocando um início de incêndio (...)” Acidente FLY (com o Corinthians), TV “17” (02/05/96)


(Caixa Preta 8-2000): VOCÊ SABIA????

... que o primeiro acidente aéreo ocorrido na aproximação para o Aeroporto de Guarulhos ocorreu quase TRÊS ANOS ANTES da inauguração do citado aeroporto (e não se trata da antiga base aérea de Cumbica, não)? Mais precisamente com um Boeing 707 cargueiro da Transbrasil, em 1982. (Se a revista cita a data duas vezes, é porque devem estar certos, né não? Agora, só não explica aonde a aeronave estava querendo pousar...)


(Caixa Preta 13-2001, imprensa especializada): VOCÊ SABIA????

... que o aeroporto de Natal, no Rio Grande do Norte, é o único que não segue o alfabeto fonético internacional utilizado na aviação, tanto que tem taxiways Alpha e Beta? (e não Alfa e BRAVO, como deveria ser?)


(Caixa Preta 14-2001, imprensa especializada): VOCÊ SABIA???? **

... que ainda antes do 14-Bis, Santos Dumont havia construído outros aviões?

Duvida? Então, veja as evidências:
“Um exemplo foi quando Dumont construiu o avião n o 14 (o último antes do 14-Bis) em 1905.”


(Caixa Preta 19-2001, imprensa não-especializada): VOCÊ SABIA???? 

... que O Douglas DC-3 restaurado pertencente ao Aeroclube do Rio Grande do Sul é turbinado  ?

Segundo a Revista “18”, em sua reportagem “Nas Asas da Nostalgia” de dezembro de 2.000, aquele glorioso avião supostamente com motores a pistão requer, para voar, vinte minutos de preparação para “ligar os dois motores e esquentar as turbinas.”


(Caixa Preta 24/2001 e 25/2002, imprensa não-especializada):
 VOCÊ SABIA????

... que a Embraer e a Bombardier já superam as outras indústrias aeronáuticas mundiais?

Pois, segundo a TV “17”, de São Paulo, pelo menos até junho de 2.001:
“A Embraer e a Bombardier são as duas maiores fabricantes de jatos comerciais do mundo.”


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“Security Airpot Area”

Sim, você leu certo e aqui não está faltando um R, eu copiei como estava escrito na entrada da área de segurança do Aeroporto Dr. Leite Lopes, de Ribeirão Preto. Ou seja, LÁ é que estava faltando esse “R”, tanto que alguém rabiscou, à caneta mesmo, a letra que faltava, logo acima e entre o “o” e o “t”. Pelo menos até o dia 21 de junho passado ainda estava assim...

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Sabem QUEM vai pagar?

Não é o STF, não é o Planalto, não é a FAB.

Somos NÒS, eu, você, seu vizinho, seu filho...


Caças da FAB quebram vidros do STF

Mirages F-200 exageram na baixa altitude e estilhaçam vidraça do Supremo Tribunal Federal na Praça dos Três Poderes, principal ponto turístico de Brasília

Nivaldo Souza - iG Brasília | 01/07/2012 14:30:40 - Atualizada às 01/07/2012 17:44:56
Não terminou muito bem o voo de exibição de dois caças supersônicos Mirage F-200 e da Esquadrilha da Fumaça durante solenidade de troca da bandeira nacional na Praça dos Três Poderes, em Brasília, por volta das 10h20 deste domingo.
O vento forte provocado pelo rasante dos caças quebrou vidros da fachada frontal do Supremo Tribunal Federal (STF), justamente as janelas voltadas para a Praça.
O vento forte provocado pelo rasante quebrou vidros da fachada frontal do STF, justamente as janelas voltadas para a Praça dos Três Poderes, ponto turístico da capital
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), “uma onda de choque causou danos às vidraças de alguns órgãos públicos”.
Segundo a assessoria do STF, não houve vítimas no acidente; circunstâncias que levaram ao episódio estão sendo apuradas

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No aeroporto...

Eu estava num dos “puxadinhos” do Aeroporto de Guarulhos, aguardando o embarque para um voo da Passaredo. Eu voaria no novo ATR-72, turboélice, da empresa. Tinha um casal na fila atrás de mim, sendo que a mulher falou assim para o suposto marido:

“– Não! São aquelas hélices que seguram o avião?... Não, amor, tem o jato atrás... Quê? Só aquelas hélices sozinhas seguram? Olha o tamanho do avião! Vai cair!”

Bem, posso afirmar que não caiu...

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N O V I D A D E S

Veja na Aero Magazine de julho de 2012 (Ed. 218) minha crônica sobre o PT-TAC, Boeing 767 da Transbrasil. 
(Foto: Solange Galante)




 

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terça-feira, 17 de julho de 2012

Plantão Caixa Preta

TENHAMOS PAZ EM TODOS OS 17 DE JULHOS

Hoje foi inaugurado o Memorial 17 de Julho. Coincidentemente, na hora da missa e da inauguração chovia na mesma intensidade daquele 17 de julho de 2007 e a pista em uso em Congonhas era novamente a 35.
Mas, o que digo, se não acredito em coincidências? Portanto, esses sinais são, com certeza, um recado para que jamais nos esqueçamos daquele dia.
Também eu estive hoje prestando minha homenagem àquelas vítimas. Fui lá buscar algum sentimento, fosse qual fosse, bom ou ruim, leve ou pesado, de alegria ou de revolta. Felizmente, colhi um imenso sentimento de paz. Foi bom, naquele clima de imenso respeito, sentir paz. Mesmo quando os aviões decolavam e o chão chegava a estremecer. Mesmo quando um Airbus decolou bem no momento do toque de silêncio executado por um policial militar no horário preciso da tragédia, às 18h51 min. Aquelas 199 pessoas representam todos nós, que já fomos ou podemos ser um dia vítimas do descaso da nossa aviação por meio de seus vários atores. Mesmo quando, também naquele instante, alguém chorou copiosamente, quebrando o silêncio que se seguiu ao toque, provavelmente algum parente das vítimas do 3054.
Cinco anos atrás. Eu havia chegado em casa de cabeça um pouco quente por motivos pessoais e profissionais, liguei a TV e o Datena era chamado pelo o Cmte. Hamilton que filmava um incêndio em um posto de gasolina do lado da cabeceira 17 de Congonhas. Poderia ser um acidente como outro qualquer, como a explosão de um caminhão tanque, mas não era. Poderia ser uma besteira sensacionalista do Datena quando ele disse que aquilo que se via pelas imagens, no meio do fogo, parecia uma cauda de avião. Ele insistia tanto nisso que comecei a acreditar... Liguei para um amigo meu, também repórter, que me confirmou: Sim, era um avião, e era da TAM.
Anos antes da tragédia eu havia estado naquele prédio para a inauguração da TAM Express. Ganhei de brinde uma trena com o antigo logo da companhia de cargas. Tenho-o até hoje. Anos antes, eu também fiz meses de aulas de capoeira no prédio da Academia que fica exatamente atrás da TAM Express. Anos antes eu reclamava quando tinha que atravessar aquela rua que faz esquina com a Washington Luiz porque a tabela de preços do citado posto de gasolina era uma placa imensa que me impedia de ver se algum automóvel estava querendo virar naquela rua, ou seja, a placa tornava a travessia dos pedestres muito perigosa.
Mas isso tudo hoje é passado diante da belíssima Praça, com uma árvore que de maneira maravilhosa sobreviveu a todo fogo. E é bem provável que aquela árvore jamais fosse notada, escondida que estava atrás do prédio da TAM Express, antes. Uma árvore que saiu do anonimato para ser o maior símbolo de vida da Praça.
Infelizmente, as mazelas da nossa aviação continuam mas tenhamos fé que aquelas vítimas não tenham sido sacrificadas em vão.
Tenhamos PAZ. E para ter PAZ nem é preciso ter religião.


sexta-feira, 6 de julho de 2012

Plantão Caixa Preta

Vejam na edição de julho da revista Avião Revue minha entrevista com uma das mais experientes e competentes mulheres comandando helicópteros no mercado offshore brasileiro, a Cmte. Simone Vaz.

(foto: coleção Simone Vaz)


Veja também na mesma edição minha matéria sobre o interesse da cidade de Houston (EUA) em ampliar seu tráfego cargueiro com o Brasil.

(foto: Solange Galante)