domingo, 30 de agosto de 2015

CAIXA PRETA # 118

 CP 118 agosto 2015



INFRAERO PROCURA FAZER AS PAZES COM OS SPOTTERS


Já malhamos muito a Infraero na Caixa Preta, desde que a CP era apenas uma coluna em sites alheios, antes de se tornar o Blog, mas temos que reconhecer que, certamente após apanhar tanto (e certamente por se sentir dolorida, rs) ela de vez em quando acerta em relação aos fotógrafos de aviação. Foi assim, por exemplo, no voo inaugural da Lufthansa entre Frankfurt e Galeão, em 2011, quando jornalistas e fotógrafos credenciados puderam fotografar um A340 da empresa alemã do lado do mesmo (em distância segura, é claro), enquanto ele era batizado pelos bombeiros do aeroporto. Recentemente, há poucas semanas, o Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes - Gilberto Freyre, viveu seu Spotting Day.
O depoimento do spotter Rodrigo Bertoli expressa a satisfação da iniciativa: “As coisas estão mudando! Fiquei muito feliz em saber que este evento foi feito com aval da Infraero Recife e da Superintendência em Brasília. É um projeto da Infraero Brasil que tem tudo para dar certo em outras regionais.”
É o que sempre defendemos: cadastramento prévio, organização, e respeito mútuo. O spotting é uma espécie de “safári fotográfico” voltado para os meios de transporte, sejam eles trens, ônibus, aviões. Os principais aeroportos do mundo costumam se organizar para permitir esse hobby super saudável, que reúne, não raras vezes, avós e netinhos, amigos de várias partes do Brasil e estrangeiros, e prossegue depois com a troca de fotos, compartilhamento em redes sociais etc. Graças aos spotters a história da aviação é perpetuada. Parabéns, Infraero, continue assim – já era tempo, né?


E QUEM NÃO SABE SE PORTAR TEM QUE SOFRER RESTRIÇÃO SIM!!!


A restrição aos spotters e outros curiosos da  aviação tem, em parte, e não só no Brasil, como causa, fatos como o que narraremos a seguir. Na segunda semana de agosto ocorreu no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a Labace – Latin American Business Aviation Conference & Exhibition. É uma feira voltada para a aviação executiva, pejorativamente chamada de “aviação dos jatinhos” e, sobretudo, é um evento de NEGÓCIOS, ou seja, os visitantes procuram os representantes das diversas empresas envolvidas com a aviação executiva que lá estão presentes para conhecer suas aeronaves ou outros produtos e serviços para negociar, comprar, vender, alugar, contratar, fazer planos profissionais etc. Não é uma feira para o povo ir com a família ver aeronaves grandes e pequenas. Não é a Convenção da EAA em Oshkosh, por exemplo.
Mas, de boa vontade, os organizadores da Labace sempre tinham estimulado estudantes de cursos de aviação a vir também para o evento. Primeiro, eles entravam de graça, depois, pagando meia entrada. Especialmente quando o credenciamento era gratuito, eles vinham em bandos. A maioria, jovens, como, aliás, também já fomos, engrossavam as filas para visitar os Falcons, Gulfstreams, Embraer, Bombardier etc, especialmente esses aviões maiores e mais luxuosos. Mas ficavam fazendo selfies, algazarra, falando alto, fazendo piadinhas de gosto duvidoso, posando com a modelo da empresa junto à porta do avião... e isso acabava espantando quem tinha ido – e pagado caro pelo ingresso – com a intenção de fazer negócios. Assim, os representantes das empresas expositoras, muitos deles estrangeiros de diversas partes do mundo, começaram a demonstrar seu incômodo. Resultado: a admissão dos estudantes e pessoas não relacionadas diretamente ao trade foi limitada, o preço dos ingressos para visitantes subiu – não é qualquer um que podia pagar R$ 370,00 e mais R$ 70,00 se tivesse carro para usar o estacionamento –, ajudando a espantá-los e, mais seleto, o público deste ano foi altamente elogiado na Labace.
Seja em um evento como esse ou no terminal, pátio, cabeceira ou pista de um aeroporto, quem não sabe se portar tem que ficar do lado de fora, sim. Até aprender boas maneiras, pelo menos.


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OS RELEASES EQUIVOCADOS


Falando em Labace, pelo menos dois releases divulgados à imprensa por assessorias de empresas envolvidas com o evento tiveram seus equívocos, um deles monstruoso, por sinal.

O primeiro divulgava a Líder Aviação como escolhida pela Honda Aircraft Company como representante para comercializar o novo avião HondaJet no Brasil. Em um dos parágrafos estava escrito exatamente assim no texto (o destaque foi por nossa conta):

“O HondaJet é movido por dois motores a jato turboélice GE Honda HF120 altamente econômicos. É equipado com o mais sofisticado painel de voo digital (glass flight deck) disponível em qualquer jato executivo leve, um Honda Garmin® G3000 personalizado de última geração e um sistema de aviônicos totalmente digital, composto por três monitores de 14 polegadas em formato paisagem e controladores de tela de toque duplo.”

Negativo: os motores do avião são turbofans, não turboélices, que são completamente diferentes. Um jornalista da imprensa em geral pode publicar isso do jeito que está, aliás, se ele não tiver um conhecimento mínimo de aviação, é certo que o fará sem correção. Dependendo de algum dano à imagem do avião, da fabricante do motor ou da representante, isso é passível sim de ação judicial contra quem escreveu a besteira, ou quem traduziu errado, ou até quem não leu o release antes de aprovar sua divulgação, no caso, os contratantes da empresa de assessoria.

Já o outro release chamava a  atenção para as grandes novidades da Labace 2015, entre elas, como o parágrafo a seguir (com os destaques por nossa conta):

“Para se ter uma ideia, a Gulfstream também já carimbou sua participação na feira e trará os consagrados G280, G550 e o G650. Já a Bombardier, também confirmada para LABACE 2015, virá com os modelos Lierjet 75, os Challengers 350 e 650, e o Global 6000. A Pilatus, pela primeira vez, trará seu moderno modelo a jato, o PC 24.

Para começar, “Lierjet” se escreve “Learjet”. O nome vem de Bill Lear, fundador da marca. Desde estudante de comunicação social eu aprendi que “se tem dúvida, pergunte! Pergunte como se escreve, como se pronuncia, como é o nome.” Errar um nome, seja de pessoa, de avião, de cidade ou qualquer nome, é, no mínimo, desinteresse, mas pode ser também falta de respeito.
Depois, a Bombardier veio com as aeronaves Learjet 75 (ok), Challenger 350 (ok) mas não o Challenger 650 – e  em momento algum isso foi confirmado ou sugerido, e se esta jornalista que lhes fala teve a informação de todos os aviões que viriam em data próxima a do release divulgado com tais erros, e divulgado justamente pela assessoria de imprensa da própria Labace, que deveria ser a primeira a saber de tudo, então algo não está dando certo nesse trabalho de assessoria. Finalmente, tudo ok com o Global 6000.
Mas o pior vem agora. A suíça Pilatus fabrica o turboélice monomotor PC-12 e está desenvolvendo seu primeiro jato, o PC-24. Ele voa como protótipo, cumprindo sua campanha para certificação. Menos de um mês antes havíamos reconfirmado com os representantes no Brasil se o PC-24 viria à Labace e a resposta foi categórica: “NÃO”.  Diante do ineditismo da informação do release “A Pilatus, pela primeira vez, trará seu moderno modelo a jato, o PC-24” fui atrás novamente dos representantes, que foram mais uma vez categóricos: “Não, o PC-24 NÃO virá” e emendaram com a mesma pergunta que eu mesma me fiz: “De onde, afinal, tiraram essa informação mentirosa?”
Num mercado bilionário como o da aviação, soltar releases com informação dúbias ou mentirosas para jornalistas que não têm como confirmar as veracidades e publicarão os textos, muitas vezes, na base do Ctrl C + Ctrl V inclusive em periódicos de economia, pode causar um enorme estrago, como comentamos acima. Não é algo inocente. E mais uma vez falharam especialmente os contratantes dessas assessorias.

“Pode ser um erro desse tamanhinho, só que, em jornalismo, um errinho desse tamanhinho, fica ‘desse’ tamanho...” (Willian Bonner, editor-chefe do Jornal Nacional, abrindo beeeem os braços; em “Estrelas”, 22 de agosto de 2015)

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CHEGOU A PIZZA!!!!


Todo mundo já ouviu falar da história de que, com a Transbrasil já na pindaíba e empresas de catering se recusando a fornecer alimentação aos seus passageiros, certa vez comissários desembarcaram de um avião da saudosa empresa, em uma escala no nordeste, e foram a uma lanchonete de Fast Food comprar hamburgueres  para os clientes famintos a bordo da aeronave.

Agora, coisa semelhante aconteceu nos Estados Unidos.

09/07/2014 19h05

Piloto encomenda pizzas para passageiros de avião preso no solo

Comandante tomou iniciativa depois de avião ficar detido por duas horas aguardando melhoria de condições meteorológicas.
Da BBC


Todos aplaudiram o momento em que o piloto anunciou no alto-falante
a entrega das pizzas (Foto: AP)


Um piloto de uma companhia aérea americana encomendou pizzas para distribuir entre passageiros após o voo em que estavam atrasar cerca de duas horas.

O episódio inusitado aconteceu no Estado americano de Wyoming. Gerhard Bradner encomendou 50 pizzas depois de que a aeronave foi desviada para Cheyenne por causa de condições meteorológicas adversas na cidade de destino, Denver.

Segundo relatos de passageiros, todos aplaudiram o momento em que o piloto anunciou no alto-falante a entrega das pizzas.

O voo, que partiu de Washington DC em direção a Denver, levava a bordo 160 pessoas.

Bradner disse que decidiu encomendar as pizzas quando aterrissou em Cheyenne.

Ele afirmou a uma emissora de Washington que estava faminto, mas decidiu pedir a comida porque gosta de tratar seus passageiros como "sua família".

"Eles estão sob a minha responsabilidade durante todo o momento em que estão a bordo", afirmou Bradner.

AVISO IMPORTANTE: não se enganem! Não existe mais Transbrasil e a possibilidade de você passar fome em voos de determinas companhias aéreas brasileiras é GIGANTESCA!!!!

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British Airways cria lista com os livros mais esquecidos a bordo
 
Um levantamento realizado pela British Airways revelou que, a cada ano, cerca de 500 livros e 1.400 kindles são esquecidos a bordo dos voos da companhia. Entre eles, a Bíblia Sagrada representa 6% dos livros deixados para trás.

Na preferência dos viajantes, romances são o tipo mais comum encontrado nos voos (22%), seguido de thrillers policiais, didáticos, guias de viagens, não-ficção, negócios e economia. Entre as biografias mais populares estão a de Hillary Clinton, do piloto Lewis Hamilton e do jogador de tênis Roger Federer. O gênero menos encontrado a bordo, de acordo com o levantamento, é o 'chick lit', que inclui romances leves e divertidos.

Entre os meses de abril a julho (de 2015), os títulos mais esquecidos foram:

"Game of Thrones" - George R.R. Martin

"Cinquenta Tons de Cinza" - E.L. James

"A Garota no Trem" - Paula Hawkins

"Nós" - David Nicholls

"Garota Exemplar" - Gillian Flynn

"Escolhas Difíceis" - Hillary Clinton

"O Livro Negro" - Hilary Mantel

"Shotgun Lovesongs" - Nickolas Butler
"Inteligência Social" - Daniel Goleman

"Funny Girl" - Nick Hornby

Para aqueles passsageiros com tendência a perder livros, a British Airways tem uma seleção de títulos de áudio em sua área de entretenimento, disponível nos voos de longa distância. Os clientes podem ouvir clássicos como 'A Tale of Two Cities', de Charles Dickens, e 'The Children Act’, de Ian McEwan.

(Fonte: Approach – www.approach.com.br)



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AVENTURA SÓ PARA VOAR MENOS DE UMA HORA

(por: Solange Galante)


Após ter voado pela primeira vez em avião comercial como jornalista (que eu nem era ainda, rs) com o PT-TAC (18.01.1985) e depois de ter voado também de graça no 737-300 da Piedmont fazendo às vezes de demonstrador da Boeing no Brasil, entre CGH-SDU-CGH (07.09.1985) eu queria voar pela primeira vez como passageira comum, pagando etc, e sair do estado de SP pela primeira vez na vida. Pois realizei tudo isso nas minhas férias do banco onde eu trabalhava, ainda em setembro de 1985. Eu e minha mãe, que era aventureira como eu, decidimos ir ao RJ – pois era mais perto e, consequentemente, mais barato, hehehe –. Fomos em um 737-200 da Varig cuja matrícula infelizmente não anotei (naquela época eu não ligava muito pra isso) ainda em setembro de 1985. Comprei as passagens em 10x sem juros. Decolamos de CGH, chegamos no GIG, ficamos no terraço (ainda era aberto) comendo um saco cheio de pães de queijo que havíamos trazido conosco, e fotografando com minha Kodak Instamatic, depois fomos passear de busão pelo RJ, fomos até Copacabana – naquela época o Rio não era tão violento. À noite, nada de pernoitar, tomamos um ônibus da Viação Cometa e voltamos pra casa rodando! kkk
O melhor é que o Presidente Sarney lançou um plano com tablita – vocês lembram da tablita? Na hora de pagar uma prestação, o caixa no banco convertia pelo índice da tablita do mês e o valor era depreciado, se era 100 cruzados (era na época do cruzado), a gente acabava pagando Cz$ 97,80, no mês seguinte poderia ser CZ$ 96,95 e assim por diante: então as parcelas do financiamento das passagens da Varig (infelizmente não lembro o valor exato) foram depreciadas, as últimas saíram bem baratinho! hehehe


                                                                                                                                                                                             
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MEU DESABAFO
VIA FACEBOOK

“A companhia aérea te incentiva a comprar passagens pelo site mas, se dá erro e vc não consegue completar a compra, eles agradecem imensamente por te atender pelo telefone, pois daí não tem passagem em promoção e vc é obrigado a pagar mais...
Saudades da Varig, Vasp e Transbrasil....”

(comentário de um amigo: Bento Santos Jr. Passei por isto na semana passada Solange Galante J. Escolhi a passagem, assento e tudo. Na hora de efetuar o pagamento deu "erro" também. Qual não foi a minha surpresa ao reiniciar o processo de compra, ver que o mesmo voo tinha aumentado de preço em cerca de 100,00....)


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“NOSSAS PRINCIPAIS SEÇÕES”


DIRETAMENTE DOS NOSSOS “ARCHIVOS”


Alguém já imaginou como poderia estar nossa aviação comercial hoje se isso tivesse vingado???





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CAIXA PRETA DE CAMÕES


“Os franceses são destaques em mais duas reportagens (...). Na primeira delas, que ilustra nossa de capa...”
(Fonte: Revista “2”, aquela que não coloca seu mês de publicação na edição, mas que calculamos como sendo julho de 2015)
Tá sobrando alguma coisa aí...


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DEU N@ INTERNET


Família encontra gato perdido por companhia aérea –um ano e meio depois

Maria Carolina Abe

30/07/2015 00:00
Tudo começou em 2013, quando a família Sutherland estava se mudando do Havaí para o Michigan, do outro lado dos Estados Unidos, a cerca de 7.000 quilômetros de distância. A família toda, inclusive o gato, Bogie.


No mapa: Honolulu (Havaí), à esquerda, e Detroit (Michigan), à direita – Crédito: Google Maps

Só que Bogie não chegou ao destino.
O gato conseguiu fugir de sua caixa de transporte que estava na área de cargas da United Airlines, no aeroporto internacional de Honolulu (Havaí).
A companhia aérea afirmou à emissora local KHON2 que seus funcionários estavam tentando lacrar a porta da caixa com uma cinta plástica para garantir a segurança do animal durante o voo. Porém, segundo a empresa, o gato fugiu durante esse procedimento e não foi encontrado, apesar de buscas e cartazes na região.

Bogie escapou de sua caixa e não foi mais encontrado – Crédito: Reprodução KHON2 News
Isso foi há 19 meses e, depois de tanto tempo, a família já tinha perdido a esperança de reencontrar seu animal de estimação. Estavam seguindo a vida em Detroit (Michigan) sem Bogie.
Até que….
Bill Antilla, voluntário da ONG de proteção animal CatFriends, em Honolulu, costuma cuidar de gatos de rua que vivem perto do aeroporto.
Há cerca de seis meses, ele conta que avistou Bogie no meio dos outros gatos e notou que ele era diferente: um gato siamês puro, provavelmente castrado, pois era mais manso que os demais gatos que vivem nas ruas.
Bogie começou a aparecer com frequência no local, em busca de comida, e Bill foi tentando conquistar a confiança do bicho pouco a pouco. Foi só na semana passada que ele conseguiu se aproximar do gato e pegá-lo.
O bicho foi levado para uma consulta veterinária –sua saúde estava ótima– e descobriram que ele tinha um microchip. A partir desse dispositivo, conseguiram descobrir os dados de seus donos e entrar em contato.
Na última quinta-feira (23), Bogie finalmente embarcou num voo com destino a Detroit.

E, assim, essa é uma história com final feliz.


Bogie e suas donas agora moram em Detroit – Crédito: Facebook/CatFriends
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NOSSA EXCLUSIVA E SENSACIONAL
COLEÇÃO DE PÉROLAS VOADORAS!!!

(Erros da imprensa que capturamos por aí. Vamos contar somente os pecados, e não os pecadores, senão eles vão ficar levemente chateados...)


A Pérola da imprensa especializada em junho de 2010 (revista 01)


“ (...) a primeira exibição oficial da Esquadrilha da Fumaça aconteceu no dia 14 de maio de 1952. (...) Já a primeira aparição pública foi no dia 14 de maio de 1954 (...).”

A primeira aparição pública das Esquadrilha da Fumaça já foi em 14 de maio de 1952. Em 1953, inclusive, ela acrescentou a fumaça propriamente dita a suas apresentações para facilitar a apreciação popular.



A Pérola da imprensa especializada em julho de 2015 (revista 01)


“A Portugália, empresa do grupo voltada para a aviação regional, utiliza seis aviões, Fokker, dois ATR42-600 e oitos aviões da Embraer, todos eles do antigo modelo E145.”

Qual modelo da Fokker? Não está especificado, como no caso dos outros fabricantes. Pode ser F-27, F-50, F-28, F-70, F100 etc... Além disso, essa vírgula após “aviões” está sobrando.
Esclarecendo: são aeronaves Fokker 100.

 

 


A Pérola da imprensa especializada em julho de 2015 (revista 01)


“ ‘Agora temos uma aeronave madura, que se encaixa perfeitamente nos requisitos do mercado brasileiro de óleo e gás...’, disse o especialista do H175 na equipe de marketing da Airbus, François de Bray.”
“ ‘O H175 também apresenta uma relação eficaz de custo-benefício...’, reforçou Arnaud.”

Acontece que no resto da matéria inteira não se fala mais nesse Arnaud, nem há fotos dele, por exemplo. Quem seria? Provavelmente, foi um sobrenome trocado nessa segunda citação, confundindo o De Bray com François Arnaud, que realmente existe e até está relacionado também à Airbus Helicopters, fabricante do H175... mas não participa da reportagem.

 



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VALE A PENA LER DE NOVO


de CAIXA PRETA # 50 /
maio, junho, julho, agosto e setembro de 2006

LIÇÕES DE UMA CRISE


Aconteceu comigo, também. Em minha primeira viagem internacional após o atual agravamento da crise da Varig, fui vítima de seus constantes atrasos.
Minha viagem foi para Nova Iorque e o vôo sairia do Aeroporto de Guarulhos à meia noite. Mas a hora de embarque foi anotada como 4 horas da madrugada!
A empresa prontamente, seguindo seu dever e respeitando os direitos dos passageiros, encaminhou-nos para um hotel, com direito a jantar, também café-da-manhã, se fosse o caso, e um telefonema de até três minutos, além, é claro, do transporte aeroporto-hotel-aeroporto. Mas como os hotéis próximos estavam quase lotados, a maioria dos passageiros de meu vôo e dos vôos para Madri e Los Angeles foram para um hotel em São Paulo, o Arcor/Jaraguá, coincidentemente, perto de minha casa... O atraso seria maior para os passageiros com destino a Los Angeles: o vôo previsto para sair antes do vôo para Nova Iorque tinha previsão para só partir às nove da manhã do dia seguinte...  Nós, com destino a Nova Iorque, fomos despertados a tempo de sermos transladados para Guarulhos e embarcar por volta de seis e meia da manhã.
Os atrasos da Varig se devem à drástica redução de sua frota, o que acaba causando atrasos à medida em que aviões com problemas de manutenção – por falta de dinheiro para se fazer a manutenção mais urgente – não são substituídos de imediato, e muitos vôos acabam dependendo da chegada de aviões que estão muito distantes. No caso do meu vôo, nosso Boeing 767-300 estava vindo de Paris, e também com atraso.
A minha volta seria, na semana seguinte, via Miami. O vôo das oito da noite da sexta-feira foi cancelado e fomos avisados logo que embarcávamos para Nova Iorque, dias antes. O retorno estava previsto, a partir daí, para nove da manhã do sábado.
Na madrugada de sábado, por volta de cinco e vinte da manhã, eu e meu grupo estávamos no Aeroporto Internacional de Miami. A má notícia chegou junto com os primeiros atendentes do check in: nosso vôo, com destino para o Rio de Janeiro, só decolaria (se nada mais de imprevisto acontecesse) as 15:30 horas. Não perguntamos sobre hotel, mesmo por que acabamos optando por permanecer no aeroporto, onde a Varig nos deu um vale de US$ 9.00 para café-da-mahã e US$ 15.00 para almoço, para cada passageiro. Ao contrário do que disseram, porém, nem todos os estabelecimentos do aeroporto aceitaram o vale, provavelmente por medo da situação da empresa e algum conseqüente calote. Mas pudemos nos alimentar bem, fizemos hora da melhor maneira possível no aeroporto e finalmente embarcamos no horário previsto. Era outro Boeing 767-300.
No desembarque no Rio de Janeiro, quase meia-noite e meia, eu e um amigo, ambos com destino para São Paulo, descobrimos que só havia conexão para lá no vôo das sete da manhã, que iria para Lima, no Peru. Todos os passageiros com conexões (tinha passageiro para Manaus, Curitiba e várias outras cidades) foram levados ao Hotel Glória, no centro do Rio. Felizmente, este hotel logo lotou e alguns passageiros, nós entre eles, ficamos no hotel Luxor, dentro do próprio Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o que facilitou muito.
Nosso vôo de conexão, na manhã do domingo, estava previsto para sair às sete horas mas teve atraso de cerca de meia hora. Era um Boeing 757, um dos mais novos aviões da frota da Varig, e estava lotado.
A epopéia terminou na chegada a Guarulhos. Que lição tirar? Que a Varig cumpria a parte dela, na medida do possível, no atendimento aos passageiros. Mesmo ao custo de um grande prejuízo ao pagar hotel, alimentação, translado ou repassar o valor das passagens às outras companhias, quando os passageiros optavam por seguir em outras para evitar atrasos maiores. Infelizmente, semanas depois a situação não era a mesma, e falta de crédito da companhia provocou a permanência de dezenas de passageiros, sem hospedagem e alimentação, nos aeroportos mesmo.
Assim, se a minha epopéia havia terminado, estava longe de terminar a epopéia da própria Varig.
Desde antes de minha viagem, ocorrida em maio, a crise da Varig se agravou muito. Impossível relacionar em ordem cronológica os capítulos hora-a-hora de tudo o que aconteceu. Vou aleatoriamente, listar os “lance mais emocionantes” da inacreditável agonia de nossa pioneira:
*Marcelo Bottini, presidente da Varig, indo pessoalmente pedir socorro ao presidente Luís Inácio Lula da Silva;
*Funcionários indo a Brasília e abraçando um MD-11 da empresa;
*Petrobras ameaçando interromper o fornecimento de combustível à companhia devido à dívida da Varig com a estatal;
*Infraero ameaçando cobrar judicialmente o que a Varig lhe devia em tarifas aeroportuárias e acusando o presidente da Varig de apropriação indébita das tarifas de embarque recolhidas dos passageiros e não repassadas à estatal;
*A imprensa noticiando “Varig só tem dinheiro para pagar o combustível até amanhã.” Ou “Varig pode não voar a partir de segunda-feira”. O que, claro, deixou o mercado de aviação em pânico;
*Dezenas de “palpiteiros de plantão” analisando o que poderia acontecer depois da falência da Varig. Que nem falira, ainda.
*Jornalistas especializados em economia (mas não em aviação) defendendo estatização provisória da empresa e outras idéias mirabolantes;
*Passageiros perdidos como cego em tiroteio, com milhares de milhagens Smiles na mão, sem saber onde, quando e como exigir seus direitos em caso de prejuízo. E, embora a Fundação Procom os defendesse, já se falava por aí que as milhagens eram brinde, e não direito;
*Empresas de leasing ameaçando, inclusive judicialmente, retomar aeronaves cujo aluguel está em atraso por parte da Varig;
*Imprensa contando a história da Varig, e de sua crise, em reportagens nas quais se via até imagens de Boeing 727-100 na pintura antiga da empresa...;
*Funcionários querendo usar dinheiro do Aerus para pagar dívidas da Varig ou usar como garantia a empréstimo. E governo, em resposta, intervindo no Aerus;
*O juiz Ayoub, comandante do Plano de Recuperação Judicial, segurando as pontas e dando nó em pingo d’água para a Varig não parar de voar, “dentro da lei”, como ele fez questão de frisar, é claro;
*Marca-se leilão. Antecipa-se leilão. Depois muda de novo a data do leilão;
*Boatos, especulações, notícias sobre TAM, GOL, BRA, TAP, Air Canada etc interessadas na Varig;
*Surgiram candidatos interessados apenas em administrar o empréstimo-ponte – do BNDES, para a Varig funcionar até o dia do leilão – e o BNDES deu cartão vermelho para todos eles;
*O governo diz que não ajudará a Varig. Depois, diz que ajudará, mas não dando dinheiro direto;
*O governo, acusado de prejudicar a Varig desestimulando o transporte aéreo como um todo, acaba, em consenso geral, ajudando, e muito, enquanto a Varig estava na UTI, dando oportunidades que Vasp e Transbrasil não tiveram;
*A imprensa continua a jogar pedras...  Vai ao ar a declaração de uma passageira prejudicada pelo cancelamento de um vôo: “Deveria falir já!”
*Grupo composto pelas associações de mecânicos de vôo, pilotos e comissários da Varig (TGV) quer participar do leilão e comprar a empresa. Mas eles não têm representatividade formal da maioria dos funcionários da Varig;
*No dia do leilão, decepção: o juiz recebe apenas uma proposta, do grupo TGV, e fica de dar a decisão depois; o juiz Ayoub diz que não haverá novo leilão;
*O resultado do leilão é protelado e surgem mais interessados;
*A Varig Log, justamente quem teve uma proposta de compra, semanas antes, recusada, injeta diariamente dinheiro para a Varig ter um fôlego extra e mantém o interesse em comprá-la;
*O grupo NV (Nova Varig), da TGV, é apelidado de “Não Voará”;
*Ninguém quer dar o tiro de misericórdia;
*Passageiros jogam o amor pela Varig às favas pois o que interessa mesmo é poder voar, e sem atrasos, de preferência;
*Ninguém entende como a Lei de Falências não consegue impedir que a Varig corra o risco de falir;
*Pátio da Varig, no Aeroporto do Galeão, repleto de aviões da Varig parados. Todos já vimos essa imagem antes, por parte de outras empresas, mas nunca em tal dimensão;
*A Varig não consegue mais acomodar e alimentar passageiros quando os vôos são cancelados ou atrasados por não ter mais credibilidade junto a vários hotéis e restaurantes;
*Cartão vermelho para a proposta da TGV, que estava sem grana, e a Volo (dona da VarigLog) torna-se a candidata mais provável para adquirir a pioneira;
*Novo leilão que oficializaria a venda à Volo é cancelado.
*E segue o cortejo...

Tiramos, com isso tudo, as seguintes conclusões:
=O carisma, ainda mais em ano de eleição, serve pelo menos para dar sobrevida artificial a uma empresa do porte e longevidade da Varig. A carisma de Vasp e Transbrasil eram, infelizmente, menores;
=A nova Lei de Falências, aparentemente feita sob medida para a Varig, mostrou-se insuficiente para resolver o problema, muito complexo, e transformou-se em um paletó muito apertado. Ou muito folgado;
=Ignorar e deixar o tempo passar não cura os problemas, que “apenas” se avolumam rapidamente, até o ponto em que não existe mais conserto para eles;
=Não adianta culpar “o outro”. A Varig viveu ou sobreviveu em meio a uma coleção de erros, muitos deles coletivos, seja do governo, seja de sua própria administração, seja de grande parte de seus próprios funcionários. Quem poderia tomar uma decisão que a levasse para o caminho da recuperação, ou não tomou a decisão (por qualquer motivo) ou ajudou a atrapalhar ainda mais;
=Com esse exemplo da Varig, além dos anteriores da Vasp, Transbrasil e várias outras empresas, a aviação comercial brasileira, infelizmente, não tem um futuro muito azul pela frente... 






(Foto: fonte: http://salvaravarig.blogspot.com.br/p/noticias-de-confins.html)


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“COMIDA DE AVIÃO”

Desta vez, nosso colaborador gastronômico Fernando Canteras fez um bate-e-volta a Curitiba (PR) em 22 de agosto, sendo a perna de ida voo 3001 da TAM partindo de Congonhas em aeronave A319 PT-MZD e, na volta, Voo Azul 2901 para Congonhas, aeronave Embraer 195ER PR-AYM "Cada vez mais Azul".


Reparem na simpática embalagem do sanduichinho da TAM e a palavra “uma cortesia...” (certamente, para contrapor com a concorrência...).







Mande para nós, você também, fotos e dados sobre o serviço de bordo que experimentou, de qualquer voo doméstico ou internacional!!!



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“CAPAS”

Algumas capas de revista de aviação do passado que se destacam por si só ou trazem homenagens históricas. Colabore você também enviando aquelas de que mais gosta!


Capa Aero n 3 set 1974
Setembro de 1974. O Fouga Magister da Esquadrilha da Fumaça na capa da revista Aero.



Capa Av Rev dez 2003_Benito Latorre
Dezembro de 2003. Belíssima foto de Benito Latorre flagrando pouso do PP-SOT (737-300) da Vasp em Congonhas. Cena que deixa muitas saudades.




Capa AvRev out 1995
Outubro de 1995. Conforme nota na própria revista: “Um raro flagrante de um helicóptero Rotor Way Exec, voando sobre Tatuí (SP), cujo piloto e pá do rotor não aparecem, formando um quadro surrealista: o piloto sumiu e as pás do rotor, idem.” O fotógrafo foi Erasmo Peixoto.



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 “Sites úteis”

http://modocharlie.com


¿Habla a español? O site Modo Charlie contém notícias, fotos, vídeos de todo o mundo tratando de indústria aeronáutica, aviação comercial, aviação militar, aviação civil em geral e tecnologia aeroespacial, tudo no idioma de Cervantes.


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– “PENSAR PARA VOAR” –

(PENSAMENTOS E FRASES RELACIONADOS À AVIAÇÃO)


“Divorciado de meu aeroplano, sou um homem comum e inútil – um treinador sem cavalo, escultor sem mármore, sacerdote sem Deus.” (Richard Bach)


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CAIXA COR DE ROSA

ÍRIS LETTIERI, A ETERNA VOZ DOS AEROPORTOS BRASILEIROS
(Fonte:  Revista Veja, 25 de julho de 2012)




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N O V I D A D E S


Veja na edição 191 (agosto de 2015) da revista Avião Revue minhas matérias sobre:

Os dez anos do fim das operações da Vasp





(Foto: Solange Galante)



As diferenças entre escalas e conexões.





(Foto: Solange Galante)



Registramos ainda a edição 2015 da revista Labace Hoje, que circulou durante a 12ª. Latin American Business Aviation & Exhibition, realizada em São Paulo entre os dias 11 e 13 de agosto. Embora não tenha sido distribuída às bancas e assinantes, ainda assim pode ser adquirida junto à editora. Nela participo intensamente com textos e pesquisa.







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