quarta-feira, 29 de junho de 2016

Plantão Caixa Preta




ACOMPANHAMOS COM EXCLUSIVIDADE O VOO VIRACOPOS-LAGES DA AZUL


(Por Solange Galante, texto e todas as fotos)


Como única jornalista presente no voo inaugural VCP-LAJ-VCP, presenciei a força da aviação regional, que ainda resiste às dificuldades.


Dia 28 de junho de 2016. O PR-AQV, ATR-72-600 da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, aproxima-se da cidade de Lages, em Santa Catarina, comandado por Helder Martins. A seu lado, outro piloto catarinense (de Curitibanos), Luan De Domenico Ferdinan, o assessora. O comandante – escolhido a dedo pela companhia para esse momento – anuncia aos passageiros que fará um sobrevoo de sua cidade natal, antes da aterrissagem, e que os ocupantes das poltronas à esquerda da aeronave serão os primeiros a desfrutar da belíssima vista da cidade de cerca de 158 mil habitantes. Em seguida, curvaria o turbo-hélice para que também os passageiros à direita pudessem apreciar Lages do alto. Enquanto isso, ninguém fica alheio à paisagem e todos comentam animadamente entre si os marcos e pontos turísticos lageanos vistos lá de cima. O entusiasmo é de verdadeiras crianças e a satisfação é geral entre os nativos e os não-nativos da cidade encravada na serra catarinense.


A serra catarinense


Ao toque do trem de pouso na pista 35, aplausos. Lá fora, podia-se avistar, junto à cerca de proteção do aeroporto, à esquerda, e também à direita, muitas pessoas junto a automóveis e bicicletas. Dentro da aeronave, percebendo a plateia, os passageiros sentiram-se orgulhosos e na expectativa de, logo mais, aparecerem na imprensa, jornais, TVs. Lages havia ficado desde 2013 sem voos regulares – última tentativa de trazer a  aviação para a cidade.



Todos ansiosos pela chegada do primeiro voo.


Junto ao prédio do terminal do simpático aeroporto, jornalistas acotovelavam-se em área reservada para a produção de imagens. Atrás de paredes de vidro, eram passageiros que embarcariam logo mais naquela mesma aeronave, rumo a Viracopos, e visitantes com suas famílias, curiosos e cheios de si. A impressão era de que pelo menos metade da cidade havia ido ao aeroporto para ver aquele avião e testemunhar o retorno da aviação ao aeroporto local.


Um dia especial para a cidade serrana.


Nem sempre as companhias aéreas consideram rentável operar em cidade de pequena e média demanda. Voar com prejuízo, é claro, não vale a pena. Todas as cidades, entretanto, por um motivo ou outro, querem aviação, e muitas delas precisam de aviação comercial, especialmente aquelas a cerca de 180 km de uma capital, como é o caso de Lages, na divisa com o Rio Grande do Sul em relação a Florianópolis. Eis a razão de tanta festa.  São seres humanos, não números e cifrões.



A memória do aeroporto Antônio Correia Pinto de Macedo.


Nem mesmo o atraso de cerca de meia hora para decolagem em Viracopos desanimou a companhia e seus clientes. Tentando fugir dos famosos e constantes nevoeiros de inverno da região sul brasileira, a Azul marcou para às 13h25 a partida diária de seu voo para Lages, saindo de Viracopos. Mesmo assim, e bem no voo inaugural, não escapou da fatalidade. Mas a festa não foi prejudicada.


O primeiro desembarque.


Com o voo 6958, que retornou como 6959 partindo por volta de 16h35 – o horário normal de partida será 16h10 –, a Azul ressaltava que não só não abandonava os voos regionais, tão essenciais para um país como o Brasil, como estava ampliando as opções, por exemplo, no estado catarinense. Embora tendo encerrado operação em outras cidades pequenas, especialmente as do norte, devido principalmente à falta de infraestrutura aeroportuária em vários destinos, segue ocupando o espaço abandonado por outras empresas aéreas. Nos últimos três anos, a prefeitura investiu mais de R$ 1 milhão para adequar cerca de 100 itens no aeroporto, obedecendo às exigências da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) culminando na certificação operacional e a homologação dos voos, bem como a constatação de que a estrutura já tem capacidade de receber até três voos diários.


Foto oficial, com as bandeiras de Santa Catarina, do Brasil e de Lages.


Com este voo, bem como outros regionais, a Azul mostra que aposta na aviação regional brasileira, mesmo sem que o Plano de Desenvolvimento anunciado há alguns anos pela presidente Dilma Rousseff saia finalmente no papel. Lages não tinha voos regulares desde 1º. de julho de 2013 quando a Brava, sucessora da NHT suspendeu as operações. Os voos, iniciados em Curitiba (PR) em 10 de junho do mesmo ano partiam de Curitiba e sofriam atrasos ou cancelamentos devido às condições climáticas. Portanto, após outras tentativas infrutíferas e promessas anteriores, mais esta durou pouco.
Lages é a sexta cidade servida pela Azul em Santa Catarina e a 54ª base da companhia atendida por voos diretos a partir de São Paulo (Campinas). As demais cidades do estado atendidas pela Azul – que possui a maior malha doméstica do país – são Florianópolis, Criciúma, Chapecó, Joinville e Navegantes. A companhia tem aproximadamente 30 voos diários entre todos os seus locais de operação em Santa Catarina, o que a coloca em uma posição de liderança no estado.


A instantes da primeira decolagem para Viracopos.



Lages é o maior município em extensão territorial do estado e está localizado na Serra Catarinense. A cidade é conhecida nacionalmente como a Capital do Turismo Rural e a Terra da Festa do Pinhão, que chega a receber até 500 mil visitantes anualmente. Os voos serão de domingo à sexta-feira, com duração aproximada de uma hora e meia. As partidas de Viracopos são às 13h25 e, de Lages, às 16h10. Em Campinas há 50 opções de conexão para todas as regiões do Brasil e também para os Estados Unidos (Fort Lauderdale e Miami).



O embarque em Viracopos (Campinas)


Nas fotos seguintes, o sobrevoo de Lages.

































Padrão Azul para Lages.



O terminal do Aeroporto de Lages.




Balcão de check in da Azul em Lages.




Os pinheiros catarinenses.




Mimo para os passageiros.




O lageano Cmte. Helder Martins e o primeiro oficial  Luan, de Curitibanos.




Missão cumprida, Azul. Só por hoje, amanhã tem mais!

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