sábado, 30 de julho de 2016

Plantão Caixa Preta

AS AVIADORAS BRASILEIRAS GANHARAM
UMA NOVA HEROÍNA.
(OS AVIADORES TAMBÉM, POR QUE NÃO?)



Nos últimos meses chamei a atenção de meus leitores, durante a edição mensal de Caixa Preta, com textos na cor laranja sobre personagens que seriam conhecidos em breve.
Os textos foram introdutórios para uma obra – do qual eles não fazem parte – que acabou de ser lançada, meu primeiro romance, chamado “A Ás”.
A razão desse título é porque a heroína é uma mulher piloto que, dentro da definição de “ás”, “se sobressai entre uma coletividade pelo que faz ou sabe”.
É um projeto que completou recentemente 35 anos desde os primeiros rascunhos. Quando comecei a gostar de aviação, picada pelo “aerococus” pela curiosidade acerca de um grave acidente aéreo nos EUA, como já comentei neste Blog, adolescente que eu era, me vi apaixonada de maneira arrebatadora e consumindo o máximo possível de aviação, devorando textos de jornais, revistas e livros. O conhecimento adquirido foi enorme e eu quis utilizá-lo de alguma maneira. Tendo já rascunhado alguns contos, crônicas, romances e até poemas, mas desgostosa com o romance “No Ar e na Terra” que eu começara a redigir de imediato ao ser infectada pelo “micróbio aeronáutico”, parti para este outro projeto que logo ganhou o nome que ainda possui como definitivo, tão logo eu comecei a ter conhecimento de mulheres aviadoras brasileiras reais e sua luta contra o preconceito reinante.
Eu não sabia sequer se algum dia publicaria “A Ás”. No início da década de 1980 ainda era caríssimo e difícil publicar um livro. Não existiam as hoje predominantes opções de livros por baixa tiragem ou por demanda, computador era raro e limitado e pouco se editorava com a ajuda da informática. Mas eu não deixei de escrever e reescrever onde necessário.
Se hoje é fácil “voar” nos simuladores de voo domésticos, instalados em computadores pessoais, minha opção, naquela época, era criar empresas aéreas fictícias e voar “virtualmente” (melhor dizendo, naquela época seria mais apropriado dizer “voar de faz-de-conta”) escrevendo mesmo, criando voos escritos.
Logo não eram apenas voos. Tudo o que eu aprendia sobre aviação, termos técnicos, definições, gírias, situações do cotidiano ou não, eu “romanceava”. Nasceram personagens e capítulos como contos, focando ou dando maior destaque, para cada um desses trechos do todo, a uma área específica da aviação.
A maioria dos capítulos de “A Ás” é baseada em alguma situação que vivi ou presenciei, ou que me contaram, por menor que fosse o detalhe real, e ao redor dele a aventura tomou forma. Algumas dessas situações eram, inclusive, rotineiras demais para terem sido presenciadas só por mim: olhar os aviões do terraço de Congonhas, por exemplo.
Quem me conhece já ouviu falar que, entretanto, fiquei nove anos longe da aviação, e longe, digo, uns “200%”, como sempre repito, pois uma grande decepção na área me afastou dos aviões de maneira tão intensa que tudo o que aconteceu no período eu só vim a saber ou conhecer depois do meu retorno à atividade, por exemplo, a saída dos Electras da Ponte Aérea. Nesse período, eu me desfiz, infelizmente, de uns 90% do meu acervo, que foi direto para o lixo, exceto livros (romances, contos, nenhum livro técnico)... e os originais de “A Ás” também sobreviveram. Manuscritos ou datilografados.
Ao término do “jejum” de nove anos, quando o “aerococus” me picou de novo e eu verifiquei que aquela paixão era mesmo incurável e era melhor não lutar contra ela, fui ver o que me restava da primeira fase de apaixonada pela aviação e resgatei os originais desse meu romance. Reli e pensei: “Eu escrevi essa DROGA???” E, ao invés de jogar no lixo os rascunhos de um texto escrito por uma adolescente apaixonada e inexperiente, resolvi, agora com cabeça adulta, reescrevê-lo todo, e foi o que fiz.
Desde 1995, portanto, a gestação de “A Ás” foi retomada, desta vez, com o máximo de seriedade, pesquisas, entrevistas, trocas de ideias. No entanto, por diversas vezes tive que priorizar outros trabalhos, por questão de remuneração e até por ter sido convidada para projetos especiais, como a biografia do Cel. Braga, que consegui publicar no ano passado.
Uma das pessoas que leu uma das versões resultantes dessa nova fase foi Ernesto Klotzel, o primeiro jornalista de aviação que eu li por intermédio do caderno de turismo da extinto jornal Shopping News, que circulava gratuitamente aos domingos em alguns bairros de São Paulo, onde eu morava. Eu fui conhecer o Ernesto, com toda a emoção de uma fã, e ele não só leu como adorou o que eu havia escrito: foi meu primeiro grande apoiador, o que, mais recentemente, me fez convidá-lo para assinar o prefácio da obra.
Na mesma década de 1990, motivada pela minha primeira reportagem profissional, “Mulheres na Cabine de Comando”, publicada na revista Aero Magazine em 1996, conheci várias mulheres pilotos, quase todas as citadas no texto da quarta capa do livro, e muitas outras, e, melhor do que na minha primeira fase aeronáutica, desta vez eu as conheci pessoalmente, não apenas por livros, TV e jornais!
“A Ás”, portanto, é a conclusão de pesquisas, de resgate de algumas experiências reais e do convívio com pioneiras. Apesar de seu alto número final de páginas – mais de 480 – desafio qualquer leitor a achá-lo cansativo. Como bem percebeu ao lê-lo por duas vezes – a segunda vez, para redigir o prefácio – Ernesto Klotzel mencionou  asequência acelerada das centenas de páginas aqui apresentadas”. Ou, como ele comentara comigo após a primeira leitura, um rítmo de história em quadrinhos. Pois cada um de seus mais de 30 capítulo é quase um conto por si próprio, destacando vários aspectos da  aviação, que servem de ambiente para as aventuras de nossa heroína.
E quem é essa heroína?
Uma  Piloto de Linha Aérea chamada Sônia, que teria sido (na minha ficção) a primeira mulher a chegar a esse degrau na aviação brasileira. Seu combustível é o amor ao voo mas ela enfrenta vários desafios e muito preconceito ao longo de sua carreira.  A personagem Sônia, mais conhecida como “Cmte. Sô”, começou a ser moldada a partir de apenas três mulheres reais mas, ao longo das várias edições sofridas desde o texto inicial e original, acabou por se tornar a representante de outras pioneiras reais da  aviação brasileira. Ela personifica especialmente Márcia Mammana, Lucy Lupia Pinel B. de Pinho, Arlete Ziolkowski, Claudine Melnik e Carla Roemmler mas presta homenagem também a várias outras, do passado e do presente, que têm nela, agora, sua mais nova heroína!

Como recado final: “A Ás” terá sequencia, que já está sendo redigida e levará muito menos de 35 anos para ser publicada!

Para adquirir, acesse https://agbook.com.br/book/209097--A_As ou https://agbook.com.br e digite A Ás na busca. As primeiras 15 páginas estão disponíveis para leitura gratuitamente no próprio site.

Em breve, o livro será disponibilizado também por mim mesma, para remessa já autografado.

sábado, 23 de julho de 2016

CAIXA PRETA # 128

CP 128 - julho de 2016


REGRAS DE SEGURANÇA

Já começou a valer nos principais aeroportos brasileiros novas regras de segurança que fazem com que todas as bagagens de mãos dos passageiros domésticos sejam verificadas com maior rigor, tal qual acontece nos voos internacionais. Independentemente de quais foram as motivações para que as regras começassem a valer agora, seja a proximidade da Olimpíada Rio de Janeiro, seja devido aos últimos casos de terrorismo internacional, o fato é que já não era sem tempo.
Há alguns anos eu estava voando para a região norte pela Gol e tanto na ida quanto na volta coincidentemente dois comissários de voo que me identificaram como jornalista especializada em aviação me sugeriram escrever reportagens sobre a falta de segurança em nossos aeroportos, especialmente nos voos domésticos. Tudo a ver com aquele teste feito pela TV Globo por pelo menos duas vezes, com falsas (mas idênticas às reais) armas circulando livremente dentro de uma mala de mão, em vários aeroportos brasileiros, sem que despertassem a menor desconfiança das seguranças aeroportuárias.
Um dos comissários me contou que, meses antes, ele estava cumprindo um voo entre Florianópolis e Chapecó, quando, se não me engano, em Florianópolis, um descuido dos funcionários do handling deixou cair uma mala de passageiro que, então, se abriu, e dela caíram simplesmente algumas granadas! Com certeza, foi gente correndo pra todo lado, e sorte que nenhuma delas explodiu, pois estavam ainda com seus pinos de segurança. Mas, tão logo soube do ocorrido, o comandante do voo pediu para que se identificasse o dono da mala.
Não só descobriram que era de um delegado de polícia como descobriram também que outros delegados, passageiros do mesmo voo, também estavam transportando granadas, pois todos iam para um curso de segurança ou coisa parecida.
É óbvio que, diante disso, nenhum dos delegados foi autorizado a embarcar, e houve um reporte de segurança para a empresa.
“Isso acontece porque é comum que a revista das bagagens sejam apenas por amostragem, poucos aeroportos possuem equipamentos de Raios X etc” disse-me, na ocasião, o comissário da Gol.
Pois bem: após exaustivas reclamações de companhias aéreas (é claro que este não deve ter sido o primeiro caso de perigo) e reportagens da TV Globo, principalmente, a ANAC criou essa norma de rigidez.
No entanto, o que se viu nos primeiros dias? Passageiros passando muito tempo nas filas, alguns até perdendo deus voos, por falta de comunicação, gente para as revistas, equipamentos, treinamento ou não sei mais o quê. O que poderá ocasionar novas mudanças e afrouxamento das normas, como é comum neste país.
Fiquemos atentos, procuremos nos antecipar para os voos e torçamos para que uma viagem entre São Paulo e Rio de Janeiro e vice-versa não dure em demasia, muito além que o tempo de voo em si, que é quase um salto e apenas isso.


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Atenção!!!!

Finamente a Infraero de Congonhas, que vive momentos agitados no 80º. aniversário do principal aeroporto paulistano, selecionou 5 fotos do Spotter Day de abril passado que, além de participarem da exposição alusiva aos 80 anos serão premiadas pelo Blog Caixa Preta da Solange!
No entanto, os representantes da administradora do aeroporto preferiram deixar a cargo dos próprios internautas a escolha das fotos que devem se situar em primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto lugares!
Vamos ajudar nessa decisão? Para isso, mande-nos mensagens como comentários a esse link citando o nome do fotógrafo que deverá ser premiado. A quantidade de votos dirá quem será o vencedor, o vice-campeão e, por aí, sucessivamente.

O prazo irá se encerrar em 25 de agosto!!!!!

Os prêmios continuam sendo os constantes desse link de nosso Blog:

PARTICIPE!!!


Veja as fotos selecionadas abaixo:

(Observação: como todas as fotos deste Blog, as fotos a seguir também estão protegidas em seus direitos autorais: não as compartilhe sem autorização!)



(Foto de Luiz Eduardo Oliveira da Fonseca)




(Foto de Ricardo Tadeu Pianta)



 (Foto de Valdir Ferreira de Carvalho)




(Foto de Vitor Daniel de Carvalho Pinto)




(Foto de Marco Florentino Teixeira)




Eu NÃO estou concorrendo mas minha foto abaixo também participará da exposição de fotos da Infraero em Congonhas!



(Foto de Solange Galante)

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MISSÃO EUROPA 2015 – ALGUNS MOMENTOS


No dia 12 de outubro de 2015 eu e o foto-jornalista e cinegrafista profissional Carlos Eduardo França viajamos para a Holanda e Alemanha para cumprir pautas para algumas revistas e também conhecer melhor esses países. Destaco hoje fotos do Museu Zeppelin, de Friedrichshafen, uma maravilha para quem aprecie dirigíveis do passado e do presente

(Obs: todas as fotos abaixo de autoria de Solange Galante)



Fachada



Cidades que tiveram o privilégio de serem conectadas pelos gigantescos zeppelins do passado...



...entre elas, Recife e Rio de Janeiro!




As aeronaves mais leves que o ar transportando passageiros do início do século XX eram assunto constante na imprensa.



 Como não poderia deixar de ser, o museu dá grande destaque para o famoso Hindenburg!



Curiosa ampliação de uma cena comum nas aterrissagens dos grandes zeppelins. Fooorça!!!!



A comparação de tamanhos: Hindenburg, A380, o transatlântico Queen Mary de 1936, um Boeing 314 (hidroavião para passageiros): pesos-pesados.



Também é um Zeppelin. Só que não voa.



As dimensões do Hindenburg são parcialmente copiadas como réplica em tamanho real para que os visitantes possam se sentir dentro dele...




... dá até um calafrio olhar!!!



Maquete em escala de como era dentro da área para passageiros, com as cabines individuais.



Explicações sobre o luxo desse autêntico hotel voador!


Prosseguiremos com as fotos do Museu Zeppelin no próximo mês!


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“NOSSAS PRINCIPAIS SEÇÕES”


“COMIDA DE AVIÃO”

Nosso colaborador gastronômico Fernando Canteras está de volta, e desta vez ele avaliou o serviço de bordo da Surinam Airways entre Belém e Cayenne:
“Sanduíche quente de frango (gostoso e em bom tamanho) e bebidas. Entre as bebidas havia suco de maçã e laranja, água, café, chá e refrigerantes diversos como este da foto que se chama Fernandes Cherry e é produzido no próprio Suriname. O trecho Cayenne/Paramaribo não teve serviço. O voo foi o PY 9920 BEL/CAY/PBM realizado no Boeing 737-300 PZ-TCQ.” 







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DIRETAMENTE DOS NOSSOS “ARCHIVOS”


Anúncio da Vasp publicado na revista Flap Internacional em agosto de 1978.





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DEU NO F@CEBOOK

1)


(Acrescentamos o seguinte comentário publicado também no Facebook (publicamos como anônimo)


“O Decreto nº 8.541, de 13 de outubro de 2015 (assinado pela própria presidente afastada), altera, em seu art. 3º, o art. 27 do Decreto nº 71.733, de 18 de janeiro de 1973 que especifica que "A passagem via aérea, para o militar, o servidor público e seus dependentes será adquirida pelo órgão competente, observadas as seguintes categorias:" com a seguinte redação do inciso I - "primeira classe - o Presidente da República e o Vice-Presidente da República."
Logo, está até mesmo previsto na legislação que o presidente e vice-presidente da República podem, sim, viajar em voo comercial.
Me espanta - ou melhor, não me espanta - que a presidente afastada escreva tal bobagem. Ela não tem motivo algum para viajar pelo país em caráter oficial, pois está afastada do cargo.”


2)



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DEU N@ INTERNET:


1)

“AVIÃO DE ROSCA”


Obs: não vejo com bons olhos usar o termo “avião de rosca”, um tanto pejorativo, em uma reportagem tão séria como esta. E ainda dizem “modernoso”... e ainda escrevem (no texto original, do tal “Diarinho”, Koala com C!!! (como copio mais abaixo). Lamentável!!!


24mar-2016

BAvBM/RS: Helicóptero transfere menino com AVC


Um helicóptero da Brigada Militar do Rio Grande do Sul (a PM da gauchada) chamou a atenção no final de semana ao pousar no aeroporto de Navegantes. O modernoso avião de rosca AW 119 KX, também conhecido como Koala, veio fazer a transferência de um menino de 14 anos para um hospital infantil de Porto Alegre.
O garoto, que é gaúcho, estava fazendo turismo aqui na região quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico, informou Luciano Garcia, da assessoria de comunicação da Brigada. O menino estava há pelo menos uma semana internado em Itajaí.

A família então recorreu a um serviço gratuito da Brigada Militar, que é o de transferência de pacientes, feito através do Koala. O helicóptero funciona como uma UTI aérea e tem na tripulação médico e auxiliar, além de pilotos.

Helicóptero transfere menino com AVC

22/03/2016 - 13:15 - Atualizado em 23/03/2016 - 15:21
ra
Um helicóptero da Brigada Militar do Rio Grande do Sul (a PM da gauchada) chamou a atenção no final de semana ao pousar no aeroporto de Navegantes. O modernoso avião de rosca AW 119 KX, também conhecido como Coala, veio fazer a transferência de um menino de 14 anos para um hospital infantil de Porto Alegre.
O garoto, que é gaúcho, estava fazendo turismo aqui na região quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico, informou a assessoria de comunicação da Brigada. O menino estava há pelo menos uma semana internado em Itajaí. 
A família então recorreu a um serviço gratuito da Brigada Militar, que é o de transferência de pacientes, feito através do Coala. O helicóptero funciona como uma UTI aérea e tem na tripulação médico e auxiliar, além de pilotos.





LATAM transformou o Bom em Péssimo
20 Jul 2016

Fabio Steinberg

Separadas, a chilena LAN era ótima, e a brasileira TAM pós-Comandante Rolim nem tão boa assim. Juntas, agora sob o infeliz nome de LATAM, conseguiram piorar. Uma pena, pois a LAN sempre foi o reflexo da hospitalidade do povo chileno. No novo modelo, ninguém parece se entender em uma operação confusa e despersonalizada.

Nem sempre a soma de um com um dá dois. No caso, a aquisição da TAM pela LAN
lembra uma violenta indigestão causada a um peixe pequeno que quis engolir um muito maior que ele.

Os sinais de entropia, conceito roubado da termodinâmica que mede a desordem das partículas de um sistema físico, e que pode ser traduzido em bom português como bagunça administrativa, estão por todos os lados. Como água e óleo, as duas culturas não se misturam bem, e apresentam fortes indícios de que a fusão não estava madura para entrar em operação.

Começa pela adoção de dois sistemas de reservas, um de cada companhia aérea, e que não se comunicam. Com isto, o passageiro precisa saber se está usando o código da TAM ou LAN. Da mesma forma, as aeronaves adotam dois modelos distintos de tratamento. Na TAM imperam na classe econômica, mesmo em viagens internacionais, bancos fininhos tipo “tábua de passar roupa”, em espaço exíguo com inclinação mínima, e sem um lugar razoável para guardar os objetos de uso pessoal. Já os aviões da LAN ainda usam poltronas um pouco mais confortáveis e espaçosas.

Estas questões não são meros empecilhos enfrentados pelo viajante, mas claros indicadores de um problema maior, como ilustra minha recente experiência em viagem ao Chile. Começou com a incapacidade de marcar assento até o momento do check-in no aeroporto de Guarulhos. Seguiu-se o atraso em duas horas no voo depois da partida, sem problemas meteorológicos que justificassem tal demora. Veio depois o martírio a bordo em aeronaves apertadas e com refeição sofrível. E culminou com a perda da conexão para a cidade de Osorno.

Até aqui o assunto poderia se restringir à imprevisibilidade inerente à operação, ou ao tratamento degradante dispensado hoje aos clientes pela maioria das companhias aéreas. O problema realmente ganhou contornos agravantes a partir do pouso em Santiago. Mesmo com o excessivo número de funcionários, ninguém se mostrou capacitado no aeroporto para dar assistência ao passageiro em conexão. O desencontro de informações até para indicar o guichê correto para solução do problema transformou em martírio puxar malas de um lado para outro no meio de movimento intenso, até finalmente descobrir que o guichê responsável era o de número 76.

De lá veio a notícia que um próximo voo a Osorno só ocorreria dentro de 24 horas – e que não existiam alternativas para embarcar para locais próximos, mesmo que complementados por viagens por terra, pois esta situação não estava coberta pelos regulamentos em vigor. Traduzindo em miúdos, a empresa só concordaria em cobrir as despesas do atraso se mantido o percurso original.

Aqui cabe uma questão de bom senso: o que um sério programa de relações públicas de uma empresa faria para minimizar o transtorno causado pela própria deficiência de sua operação? Com certeza, junto com o pedido de desculpas, oferecer bom transporte a hotel de melhor padrão, e assegurar refeições satisfatórias.  Pois foi exatamente o contrário do que ocorreu.

Após longa demora por questões burocráticas internas, fui encaminhado a uma van coletiva, tipo pinga-pinga, que depois de inúmeras paradas para desembarcar outros passageiros, levou a um hotel não mau de todo, mas localizado em área decadente junto ao centro de Santiago. O restaurante informou que as refeições seriam diferenciadas, ou seja, piores que as do cardápio, visando se adequar ao curto budget disponibilizado pela LATAM.

No dia seguinte, de volta ao aeroporto, novas surpresas desagradáveis. Inicialmente, um atraso atribuído à falta de um piloto para comandar o avião à nossa frente. Uma hora depois, os passageiros começaram a embarcar, mas no meio do caminho foram parados para aguardar por mais meia hora em pé, até que uma contraordem os trouxe de volta à sala de espera. Mais uma hora, e a LATAM informou que devido a problemas técnicos a viagem seria realizada por outro avião, obrigando ao deslocamento para novo portão. Finalmente, o voo 247 decolou.

Uma última má impressão. Apesar da elegância do hotel Termas de Puyehue, em plena alta temporada, de estender por mais uma diária o dia perdido em Santiago, a LATAM não concordou em liberar os 40 dólares de penalidade para modificar o ticket para as 24 horas seguintes.

Pensando bem, faz sentido. Afinal, o que se poderia esperar de uma companhia aérea que transformou o lucro em meta maior que a própria satisfação dos seus clientes?


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CAIXA PRETA DE CAMÕES


“(...) tornando-se, assim, a primeira companhia aérea da América do Sul a oferecer acesso à Internet durante em voo, com conexão via satélite.”

(Fonte: Revista “2”, 2015)

Sim: está sobrando preposição aí...


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NOSSA EXCLUSIVA E MUITO SARADA
COLEÇÃO DE PÉROLAS VOADORAS!!!


(Erros da imprensa que capturamos por aí. Vamos contar somente os pecados, e não os pecadores, pois não somos más!!!!)



A Pérola da imprensa especializada em janeiro de 2010 (revista “2”)

“(...) Foi nesse cenário que a Boeing apresentou os projetos de duas aeronaves. Um deles foi o revolucionário Sonic Cruiser, cuja meta era ser a segunda geração de aviões supersônicos de uso civil. (...)”


Na verdade o Sonic Cruiser seria um avião subsônico de alta velocidade, atingindo no máximo Mach .98.



A Pérola da imprensa especializada em abril de 2016 (eles ocultam, mas nós sabemos a data!)(revista “2”)

(...) a aeronave foi vendida para a Air Atlanca Icelandic (...).”


O nome correto é Air Atlanta Icelandic.



A Pérola da imprensa especializada em abril de 2016 (eles ocultam, mas nós sabemos a data!)(revista “2”)

 “(...) encontrou uma carteira de encomendas PARA O 707/7200 da Boeing e DC-8 da McDonnell Douglas já recheada.”


O correto é Boeing 720.



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VALE A PENA LER DE NOVO


A razão de ser da Caixa Preta foi, no início, mostrar as pérolas da imprensa especializada e não especializada, com erros que fazem qualquer entendido em aviação ficar vermelho de vergonha... ou de raiva mesmo!
Sabemos que errar é humano mas alguns erros são reprisados e copiados... aí, já é demais, né?
Entre o final de 2006 e o princípio de 2007, na edição 52 da Caixa Preta,  publicamos uma seleção com as melhores pérolas já citadas pela Caixa Preta até então, que começamos a reproduzir mais uma vez, aqui e agora!!!

NOSSA SELEÇÃO DAS MELHORES PÉROLAS VOADORAS DAS EDIÇÕES ANTERIORES DE CAIXA PRETA


 (Caixa Preta 2-2000, imprensa especializada):o que acontece quando não se dá uma última revisada no texto antes da revista ir para a gráfica – ou quando quem revisa não conhece o assunto?
Envergadura: parte do avião onde estão fixadas as asas e empenagem. Aloja tripulantes, passageiros e carga.”


 (Caixa Preta 4-2000, imprensa não-especializada): VOCÊ SABIA????
... que “CB”, Cúmulus-Nimbus, ganhou um novo significado? Não sabia? Pois então, veja este trecho de uma reportagem de um jornal de São Paulo de novembro de 1995: a entrevistada, experiente piloto comercial, soletrou ao repórter, usando o alfabeto fonético internacional, que “CB” como “Charlie Bravo”, só que o profissional da mídia não-especializada interpretou a declaração de outra maneira: “Há muitas formações chamadas Charlie Brown – o apelido que damos às grandes nuvens pretas conhecidas  como cumulus-nimbus.”


 (Caixa Preta 5-2000, imprensa não-especializada):VOCÊ SABIA????

... que já existiu um Boeing 727-200 com motores NAS ASAS?

Comprove:
“O comandante (...) que pilotava o Boeing 727-200 da empresa Fly do Rio de Janeiro decidiu abortar a decolagem porque o avião não havia atingido a velocidade necessária, A pista curta e molhada (...) fez o piloto perder o controle do aparelho. O avião derrapou e se chocou contra um muro. A TURBINA DA ASA DIREITA explodiu, provocando um início de incêndio (...)” Acidente FLY (com o Corinthians), TV Cultura (02/05/96)


 (Caixa Preta 8-2000):VOCÊ SABIA????

... que o primeiro acidente aéreo ocorrido na aproximação para o Aeroporto de Guarulhos ocorreu quase TRÊS ANOS ANTES da inauguração do citado aeroporto (e não se trata da antiga base aérea de Cumbica, não)? Mais precisamente com um Boeing 707 cargueiro da Transbrasil, em 1982. (Se a revista cita a data duas vezes, é porque devem estar certos, né não? Agora, só não explica aonde a aeronave estava querendo pousar...)


 (Caixa Preta 13-2001, imprensa especializada):VOCÊ SABIA????

... que o aeroporto de Natal, no Rio Grande do Norte, é o único que não segue o alfabeto fonético internacional utilizado na aviação, tanto que tem taxiways Alpha e Beta? (e não Alfa e BRAVO, como deveria ser?)


 (Caixa Preta 14-2001, imprensa especializada):VOCÊ SABIA????

... que ainda antes do 14-Bis, Santos Dumont já havia construído outros aviões?

Duvida? Então, veja as evidências:

“Um exemplo foi quando Dumont construiu o avião n 14 (o último antes do 14-Bis) em 1905.”


 (Caixa Preta 19-2001, imprensa não-especializada):VOCÊ SABIA???? 

... que o Douglas DC-3 restaurado pertencente ao Aeroclube do Rio Grande do Sul é turbinado  ?

Segundo a Revista Veja, em sua reportagem “Nas Asas da Nostalgia” de dezembro de 2.000, aquele glorioso avião supostamente com motores a pistão requer, para voar, vinte minutos de preparação para “ligar os dois motores e esquentar as turbinas.”


 (Caixa Preta 24/2001 e 25/2002, imprensa não-especializada):
 VOCÊ SABIA????

... que a Embraer e a Bombardier já superam as outras indústrias aeronáuticas mundiais?

Pois, segundo a TV Cultura, de São Paulo, pelo menos até junho de 2.001:

 “A Embraer e a Bombardier são as duas maiores fabricantes de jatos comerciais do mundo.”

Caixa Preta 26/2002:

Você sabia? Especial – I n t e r n t e t

(A INTERNET QUADRUPLICOU AS BESTEIRAS SOBRE AVIAÇÃO. PELO MENOS DISSO OS CIDADÃOS SEM-COMPUTADOR ESTÃO LIVRES)
apenas alguns maus exemplos...

 “Transbrasil negocia venda com 2 grupos
(...)
Enquanto negocia uma maneira para sobreviver e se livrar da dívida de R$ 910 milhões, a Transbrasil tem um novo problema pela frente. Venceu ontem o prazo estabelecido pela Justiça para que a companhia pague a dívida de R$ 12,7 milhões que tem com a BR Distribuidora.

A dívida diz respeito ao não-pagamento de combustível de aviação que adquiriu nos últimos meses da empresa. A Transbrasil também deve cerca de R$ 5 milhões para a Shell.
A Folha* apurou que a BR Distribuidora poderá exigir o arresto do Boeing 737-200, de propriedade da Transbrasil, para receber o dinheiro devido. Além de não pagar a dívida de R$ 12,7 milhões até o final da tarde de ontem, a companhia também não havia dado sinal de que faria novos pedidos de combustível para a BR.”

* A Folha de S. Paulo/Folha On Line

 (Alguém já viu algum Boeing 737-200 da Transbrasil?)


 “Agência ordena verificação em caudas de Boeings 737 nos EUA
 (...) A ação visa prevenir qualquer excesso de vibração do leme, que pode danificar o componente e levar a problemas de controle do avião. A ordem aplica-se ao Boeing 737-100. O governo estima que 1.080 aviões registrados nos Estados Unidos serão afetados pela ordem. Há cerca de 2,8 mil aviões do modelo em questão em todo o mundo.”
(Fonte: Folha de S. Paulo/Folha On Line)
 (O detalhe é que o Boeing 737-100, primeiro modelo do bem-sucedido Boeing 737, só teve 30 exemplares construídos. Portanto, como pode haver 2,8 mil no mundo?)


 “Boeing faz pouso forçado em rio na Indonésia e deixa um morto
da Reuters, em Jacarta
"Uma pessoa foi confirmada morta", disse uma autoridade do hospital local, segundo a agência. Não estava claro se algum estrangeiro estava entre os passageiros. Entre as 60 pessoas a bordo estava a tripulação do avião.”
(Fonte: Folha de S. Paulo/Folha On Line)
(Estranho, né, a tripulação estar a bordo...)


 “Contrato prevê participação da Boeing na Varig
 (...)
 O acordo anunciado entre a Varig e a Boeing permitirá uma redução de US$ 370 milhões da dívida total da empresa brasileira, que é de US$ 1,3 bilhão. Este é o impacto da operação de ´sale and lease-back´ (venda seguida de aluguel) de quatro aviões MB-11 e dois Boeings 737-300. Pelo acordo, a Boeing Capital Corporation compra estes jatos que eram de propriedade da Varig e aluga as mesmas aeronaves à empresa. Isso gera também a redução nas despesas de aluguel existentes atualmente.”
(O cérebro “acha” que entendeu o que o ouvido captou durante a entrevista...)


 “Embraer anuncia a venda de oito turbinas para os EUA
A Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) anunciou a venda de oito turbinas ERJ 140, para aeronaves com capacidade para 44 passageiros, à companhia norte-americana Wexford Capital LLC.
Em nota divulgada à imprensa, a Embraer destacou que esta negociação com a Wexford é a confirmação de oito opções, num valor estimado em 136 milhões de dólares, que serão encaminhadas no próximo ano. "A confirmação dessas opções reflete a atual tendência da indústria a favor de aviões menores e mais eficientes, ao mesmo tempo em que se preservamvalores imutáveis como, comodidade, velocidade e confiabilidade das turbinas de longo alcance" afirmou o diretor-presidente da Embraer, Mauricio Botelho. Os novos equipamentos serão utilizados pela Chautauqua Airlines e serão usadas uma parceria com a American Airlines, revelou a empresa. A Wexford tem com a Embraer 53 pedidos de compra e 20 opções. Já recebeu 41 aeronaves: 37 ERJ 145 e quatro ERJ 140, segundo a nota da companhia brasileira.”
(FONTE: IG)
(Que beleza, nossa Embraer competindo com a Rolls-Royce, Pratt & Whitney, GE...
Matéria tão importante que copiei na íntegra!!!)


 (Caixa Preta 30/2002, imprensa especializada)
*****A REVOLTA DE UM DE NOSSOS COLABORADORES (ANÔNIMO)*****
Sobre uma “pérola” do tamanho de uma matéria:
 “Minha revolta começa pelo título do artigo: "Pânico no turbulento vôo do Jet Class (ERJ-145) da Rio-Sul."
O artigo foi escrito por uma leiga (para não dizer ignorante) passageira que, ainda por cima, confessa ter medo de voar. Fiquei pasmo em ver como deixam publicar um artigo desses numa revista que pretende ser especializada em aviação. A citada passageira tem direito a sua opinião pessoal, mas daí a publicá-la numa revista existe uma boa distância...
Nunca gostei de relatos de vôos, onde se descreve o que foi o serviço de bordo e etc... Acho uma tremenda perda de tempo, a não ser que tenha ocorrido algo extraordinário... de resto é pura bobagem para mim. Mas sei que outras pessoas gostam e respeito. Mas o que não admito é que revistas publiquem opiniões isoladas, de pessoas leigas, manchando a imagem do nosso ERJ-145, avião muito querido por passageiros e pilotos nos EUA, Europa e também no Brasil.
Alguns trechos do artigo...:
"Eu nunca fui fã de aviões, helicópteros ou qualquer coisa do tipo..."- (começou tudo errado... se nunca gostou, não viaje e não escreva).
"Ao olhar aquele avião tão pequeno e fininho, imaginei que estaria entrando em um lápis e, acredite, foi quase isso..."
"O teto era quase da minha altura e olha que só tenho 1,58m."(é devia estar usando um p... salto alto)
"...quando olhei pela janela e me deparei com a asa quase tive um troço..."- (troço ela teria se não visse a asa...)
"O avião decolou e eu não sabia se estava dentro de uma aeronave ou de um liquidificador." - (Meu Deus... quanto exagero!!!).
"Achei que aquele projeto de avião fosse partir ao meio."
"Olhar a asa era torturante, achei que quebraria a qualquer momento..." - (minha filha... se você disse isso devido ao balançar da asa... saiba que ela só não quebra justamente por isso... se a asa fosse rígida, você já estaria vendo a grama nascer pela raiz).
Este artigo deve ter causado grande revolta entre os funcionários da Embraer, que todos os dias dão um duro danado para projetar e produzir aviões da mais alta qualidade, que fazem sucesso em todos os cantos do mundo.... E justo uma brasileira (uma mulher e uma revista), criticam sem nenhum fundamento...”
******Nosso comentário: CAIXA PRETA sempre levantou a bandeira pró-aviação. Por isso, aponta erros para defender a seriedade e a decência da aviação brasileira – e aí se inclui a aviação brasileira na imprensa – por mais que muita gente não aceite receber críticas. Também já erramos, aqui mesmo nesse espaço, justamente por termos exagerado, exatamente por revolta diante de alguns absurdos, e constantemente clamamos para que nossos leitores nos ajudem a melhorar essa página, visando atingir seus objetivos de trabalhar em prol da aviação e evitando
ofender empresas e pessoas sérias, mesmo diante das críticas.
Por aqui circulam trechos de textos e reportagens de dois tipos de imprensa: a imprensa não-especializada, que erra pricipalmente por desconhecimento do assunto (no nosso caso, aviação; imagine o quanto deve errar em assuntos que não conhecemos!). Acreditamos que deveria conhecer um mínimo que interesse aos leitores/espectadores/ouvintes. Por exemplo, para muitas pessoas todo avião que voa há mais de dez ou vinte anos é uma sucata prestes a cair. Sabemos que isso não é regra e está longe de sê-lo. Mas se a imprensa não-especializada ignora isso e passa uma mensagem distorcida da realidade, ninguém mais voará empresa X, Y ou Z, a não ser que saiba a idade da aeronave. E esse é um exemplo muito simples do que pode acontecer.
Quanto à imprensa especializada, ela erra principalmente por erro de revisão, especialmente quando a revisão é feita por quem não entende do assunto, seja qual assunto for. A princípio, jornalistas, especializados ou não, devem escrever somente o que eles próprios saibam o que significa. Se não souber, pergunte a quem sabe, para não escrever bobagem. Ninguém nasceu sabendo e ninguém vai escrever em russo se não souber o idioma russo. Ou tentar decifrar uma sigla cujas letras não saiba o que significam. Pois devem explicar ao leitor o que acontece, o que aconteceu, como foi o fato, de maneira clara.
No caso reclamado pelo nosso colaborador, representativo do “auê” que foi a reportagem em questão, o pecado foi a revista especializada ter agido como uma revista não-especializada, ou seja, manteve em suas páginas uma opinião de leiga, quando se esperava a opinião de um expert (não importa se o expert está na poltrona de passageiro ou de piloto, ele, ainda assim, saberá sobre o que está falando), e de uma leiga, reconheçamos, bem sensacionalista, sem qualquer embasamento cultural e técnico para opinar sobre uma aeronave, no caso brasileira, mas que poderia ser norte-americana, francesa, russa... Ela usou de uma linguagem puramente familiar, nem em revistas não-especializadas necessitaria escrever usando os termos que usou para fazer comparações. A não ser que visasse o sensacional. Conhecemos uma revista não aeronáutica, sobre turismo, que também realiza ensaios de viagens aéreas do ponto de vista de passageiros, mas sem descer a esse nível...
Por isso que aqui não citamos o nome das revistas e publicações especializadas. Não queremos denegrir sua imagem, apenas mostrar que mensagem deturpada nasce de um ou mais erros cometidos. Já no caso da imprensa não-especializada, citamos as fontes por acreditar que nossos leitores devem conhecer totalmente onde a aviação é desrespeitada – na especializada normalmente não existe desrespeito pela aviação, a não ser que ela aja como imprensa sensacionalista.
Aproveitamos para alertar que os erros não serão e não deverão ser sanados através de medidas drásticas, agressivas, irracionais mas sim, e principalmente, por cuidado e carinho redobrados na hora de redigir sobre um tema que, em tese, os jornalistas especializados amam: neste caso, a aviação.
E vamos em frente que teremos também flagrantes engraçados, pois nossos “bastidores” da aviação também são feitos de alegria...

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 “CAPAS”


Algumas capas de revista de aviação que se destacam por si só ou trazem homenagens históricas. Colabore você também enviando aquelas de que mais gosta!




Abril de 1979. Um lindíssimo DC-10 da holandesa KLM estampa a capa da revista Flap Internacional.



Junho de 2002: A revista oficial da Fundação Ruben Berta, a gestora da saudosa Varig, destacou os 75 anos da companhia aérea.



Em maio de 2008 a Azul estava ainda nascendo e nem tinha (oficialmente) nome ... Será que a briga hoje está tão acirrada como prometia? Tire suas conclusões.


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CAIXA COR DE ROSA

[Fonte:  Revista Elos (Da Fundação Ruben Braga), junho de 2002]


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 “Sites úteis”

O Blog criado em 2008 e mantido pelo spotter Afonso Delegassa se dedica a publicar especialmente belas fotos de aviões visitantes do aeroporto que serve a capital paranaense. Não tem sido muito atualizado mas as imagens valem muito a pena ser vistas!


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– “PENSAR PARA VOAR” –

 (PENSAMENTOS E FRASES RELACIONADOS À AVIAÇÃO)


“Existem dias em que agradeço a Deus por ser piloto e poder desfrutar de alguns momentos mágicos que apenas o voo proporciona.” (anônimo, citado por Décio Corrêa)


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A PERGUNTA DO MÊS


Quem poderá responder a essa indagação?

Chegar para embarque em Congonhas e Santos Dumont nos horários de pico duas horas antes do voo será o suficiente devido às novas regras de segurança estipuladas pela ANAC e que começaram a valer em 18 de julho? E ficar 2 h  na fila para um voo de menos de uma hora, como entre as duas capitais(SP e RJ)  não dá, né?


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Resta ainda sabermos:
= O que aconteceu, afinal, ao Boeing 777 da Malaysia Airlines que cumpria o voo MH370 em 8 de março de 2014?
= Com a incorporação da Secretaria de Aviação Civil ao Ministério dos Transportes no governo Michel Temer, o Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional, o PDAR, vai enfim começar na prática?
= Será que o GRU Airport vai conseguir honrar antes do final da concessão a dívida bilionária que tem com o Governo Federal e já anunciou que não tem como pagar (pelo menos não agora)?


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PRAZER EM CONHECÊ-LOS!!!!!

Convido meus leitores internautas a conhecerem essa personagem da ficção que, em breve, estará emocionando a todos!!!!

 “Quando o elevador parou no quinto andar do gigantesco prédio situado na praça diante de Congonhas, ela não sabia o que podia esperar daquela reunião.
Tendo checado como Piloto de Linha Aérea há alguns meses, permanecia como copiloto no Fokker F-27, equipamento para onde havia ascendido, do Bandeirante, há quase dois anos. Sua aprovação no cheque prático, realizado em equipamento da mesma empresa aérea, já havia sido registrada na Diretoria de Operações, onde o diretor agora a chamava para uma reunião.
O Sr. Carneiro Leão a recebeu quase que imediatamente, com uma pontualidade que lhe era toda peculiar.
– Sente-se, senhorita Sônia.
Ela se sentou, ele ofereceu um café ou chá, e ela aceitou o chá; ele prosseguiu:
– Quero começar lhe dando duplos parabéns. Parabéns pela recente conquista de terceiro lugar na categoria Esporte do Campeonato Nacional de Acrobacias Aéreas.
– Muito grata!
– Mas, é claro, parabéns especialmente pela sua aprovação e confirmação de que seu certificado de PLA é o primeiro de uma mulher brasileira no topo da profissão que abraçou.
Ela desconfiava que o fosse, e se ele confirmava, o orgulho não deixou de se apossar de sua alma ao estampar um sorriso.
– Muito obrigada, chefe.
Ele disse agregar aos parabéns o acúmulo de horas de voo como copiloto de Embraer Bandeirante e também de Fokker 27 que...
– ... que me permite agora anunciar-lhe que sua promoção afinal chegou às minhas mãos por recomendação de seus instrutores... e eu deferi. Mais ainda, preferi lhe contar isso pessoalmente, agora, antes mesmo do documento chegar às suas mãos.
Sim, ela sabia o que aquilo significava mas, com toda a humildade do mundo, preferiu apenas aguardar que ele continuasse, e ele foi rápido:
– Agora, você já poderá comandar o Fokker em nossa empresa.
– Obrigada, chefe. Muito obrigada mesmo. – pausa – Mas...
Mas... – e agora era ele quem aguardou seu prosseguimento.
– Espero que eu tenha realmente sido competente o suficiente e que não esteja me promovendo apenas por eu ser uma mulher.
Ele foi realmente pego de surpresa pelo que ela disse. Tanto que ficou sem ter o que falar, antes dela prosseguir:
– Eu sei que a empresa irá promover muito isso em sua campanha de marketing. Ser pioneira em aceitar uma mulher como comandante de um de seus aviões comerciais fará muito bem especialmente à Viação Albatrozes. Por outro lado, claro que o desejei muito, como todos os copilotos da empresa o desejam e como todos os comandantes da empresa já o desejaram. Também acredito na minha competência, porque minha dedicação à profissão, modéstia à parte, é real e sei que tem sido muito comentada dentro deste prédio e de seus hangares. Mas eu quero sempre ser tratada como uma igual. Igual aos milhares de funcionários da nossa companhia, sejam eles as garotas do check in e do despacho, as comissárias ou os rapazes da manutenção, especialmente também quando sou comparada aos demais pilotos. Tudo o que eu quero é voar e cumprir minhas obrigações profissionais da melhor maneira possível. Sei que, infelizmente, não poderei impedir a diretoria de se autopromover diante da minha promoção, como se eu fosse uma “diferente”. De qualquer maneira, estou muito feliz e espero que este seja meu primeiro passo para que mais mulheres ganhem asas em companhias aéreas no Brasil. Sou grata e estou muito orgulhosa dessa conquista.
Ele, que a olhava com todo respeito necessário a dedicar a uma profissional daquele gabarito, disse:
– Se depender de mim, você sempre será uma igual e, no momento, seu destaque é puramente profissional, não de gênero. Mas, é claro que quis avisá-la pessoalmente para preveni-la de que será um marco muito importante para nossa empresa a sua promoção, e que temos o direito de chamar a imprensa para divulgar isso, pois que não é uma promoção igual às outras. Você sabe que é tão pioneira como nós somos.
Ele se levantou e aguardou-a também se levantar. Estendeu a destra, que ela apertou com firmeza, enquanto ele concluía:
– Bem-vinda ao quadro de comandantes da Viação Albatrozes S.A, Sônia Maria Munhez.
Enquanto ela apertava a mão de seu chefe, respondeu:
– Obrigada. Mas espero que sempre se lembre que eu quero apenas que me olhem como profissional, acima da mulher.
O fato é que a VASA permaneceria por algum tempo contente com a própria promoção de sua única mulher nos quadros de pilotos. Mas isso ainda não seria o suficiente para que mais mulheres se motivassem e conseguissem seguir o mesmo caminho na aviação.


“MENSAGEM À IMPRENSA

Nossa empresa se orgulha de comunicar que foi aprovada para assumir seu posto como comandante Sônia Maria Munhez, que também é ainda a única mulher Piloto de Linha Aérea Brasileira. A Cmte. Sônia passará a comandar nossos turbo-hélices Fokker F-27 em todas as linhas com essa aeronave da Viação Albatrozes S/A. Com isso, a VASA reafirma seu comprometimento e pioneirismo na aviação brasileira e está certa de que nossa tripulante fará carreira rapidamente em nossos quadros. O ano de 1977 estará marcado para sempre na história de nossa companhia.

Pequena biografia da Comandante Sônia
Nascida em São Paulo, capital, 27 anos de idade, ela começou a se apaixonar pela aviação graças a seu avô Hans Weber, piloto alemão que participou de várias linhas da companhia Asas Internacionais do Brasil (AIB) voando hidroaviões comerciais. Outro incentivo foi do irmão de Sônia, Jorge Munhez, que também é comandante em nossa empresa no equipamento Airbus A300.
Vocês ouvirão falar muito de Sônia.”

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